sumô!
De volta de mais uma aventura pelo planeta, eu e os malucos que me acompanham nestas viagens – a foto acima, porém, não é recente, e sim de 3 anos atrás. Nela, nosso querido Nailor Proveta confraterniza com um lutador de sumô com quem cruzamos em Narita. Famoso com certeza, pois as mocinhas corriam enlouquecidas atrás de um autógrafo dele. Mas desconhecido pra nós, apesar de sermos todos no grupo fãs do nobre esporte nipônico.
Adoro sumô, é um dos poucos esportes que acompanho regularmente, pois nossas estadas no Japão geralmente coincidem com os campeonatos. Admiro a elegancia desse esporte, bem menos violento que o futebol que se joga hoje em dia, por exemplo. O sumô bem praticado, quando é feito por lutadores de alto nível técnico, é um belo espetáculo de simplicidade e nobreza. Trata-se apenas de botar o adversário para fora do círculo. Simples assim. Nem uma gota de sangue derramado.
Desta vez, infelizmente, perdemos a final, que aconteceu bem no dia e hora em que estávamos tocando. E por estarmos ocupados com a divulgação do novo CD, também perdemos o replay. Mas o resultado foi o previsto, com o yokozuna Asashoryu sendo campeão mais uma vez. Ele é muito jovem e vem da Mongólia. Chegou ao Japão como estudante e ganhava a vida limpando banheiros, até conseguir entrar no fechadíssimo clube de campeões _ e desde então não perde uma, exceção feita ao campeonato de outono do ano passado, em que foi derrotado pelo búlgaro Kotooshu e a platéia foi `a loucura, jogando as almofadas para o alto. Não se tratava de torcida contra, mas uma derrota de Asashoryu, ainda mais para um ocidental, era um fato histórico. Ainda assim, pela soma total de vitórias, ele foi o campeão.
Antigamente acompanhávamos a trajetória de Musashimaru, yokozuna havaiano, igualmente imbatível. Hoje aposentado, tinha uma expressão de infinita tristeza quando derrotava um adversário. Recebia os prêmios com ar compungido, como um filósofo alemão meditando sobre as angústias do mundo. Passamos bem uns dez anos assistindo `as suas vitórias, até que a era de Asashoryu tivesse início.
Estamos chegando hoje do Japão. Foram 33 horas de viagem. É bom demais, mas cansa... Quando eu acordar, conto como foi.