já cheguei indo...

... pra este concerto em SP, que tem tudo para ser maravilhoso. Pelo menos o disco que fizemos, com os arranjos do Mário, ficou uma maravilha. E o Auditório Ibirapuera - onde vamos nos apresentar, nós e orquestra, fazendo um repertório bastante surpreendente de Vinicius e seus parceiros maestros - é uma sala belíssima.

As férias, misturadas com um pouquinho de trabalho (pois havia decisões importantes no lado editorial a serem tomadas, e foram) aconteceram em NY e foi maravilhoso poder ouvir tanta música acontecendo ao mesmo tempo. Fizemos as contas e assistimos a nada menos que 7 shows de jazz, em diferentes locais. Quase tudo bom (o não-bom a gente deleta). Mas deu pra ver que as mulheres no jazz são hoje a melhor coisa que está acontecendo. Os melhores shows da temporada eram femininos.

(Se bem que o que menos gostamos também era - mas já está deletado da memória...)

Este da foto acima, por exemplo (foto tirada por nossa amiga Lucia Guimarães): a orquestra de Maria Schneider é hoje, no meu modesto entender, o que de melhor há em termos de orquestração e composição próprias - sem esquecer que os Estados Unidos são o lar das grandes big bands e seus espetaculares arranjadores. Ela, como boa discípula de Gil Evans e Bob Brookmeyer, absorveu tudo e criou uma grandiosa - sem ser grandiloquente - obra própria, que conhecíamos desde os velhos tempos do Visiones (modesto clubinho que ficava ao lado do Blue Note NY, nos idos dos 1990). Obra que cresce a cada audição, como comprovamos nesta temporada de Maria e orquestra no Jazz Standard.

Abaixo, nosso reencontro com a velha amiga, e pianista maravilhosa, Renee Rosnes, que também se apresentou num concerto belíssimo no Miller Theatre, na universidade de Columbia. Ao lado dela, como luxuosos sidemen, Lewis Nash (bateria), Peter Washington (baixista que toca com ela desde sempre) e o sensacional Steve Nelson (vibrafone, a quem também assistimos, uma semana depois, em show próprio e super bom).

Renee foi uma grande companheira de viagem quando decidi gravar algumas canções do repertório de Elis, no meu disco de 1998, 'Astronauta', de que ela, Renee, participou, ao lado de outros jazzistas, como Joe Lovano e Mulgrew Miller. Já nos conhecíamos de antes, mas ali cresceu uma amizade e um contato que nunca mais se perdeu. Volta e meia nos reencontramos em festivais pelo mundo. E ainda temos planos de tocar juntas novamente.

Aqui na foto aparece o atual marido de Renee, Bill Charlap, também pianista. E estas fotos foram tiradas por Dylan, um garotão de 13 anos, filho dela (com o primeiro marido, Billy Drummond, baterista), que na época das gravações do 'Astronauta' ainda estava na barriga da mãe.

Foram duas semanas de alimento cultural e inspiração, na cidade que amamos. Voltamos revigorados e prontos para os próximos trabalhos. Foi bom demais!