pequeno acesso de feminismo
Este é um fotograma do premiado curta-metragem "Penalty", da diretora espanhola Ana Martinez, para o qual eu compus a trilha sonora em 2006. É um filme sobre violencia doméstica, assunto que, ao que tudo indica, jamais sairá de pauta, desde as cavernas do Afeganistão até a civilizadíssima Europa.
A toda hora chegam notícias sobre o assunto. Cada vez mais, filmes e livros de diversas procedencias demonstram que a base moral de quase todas as religiões _ islamismo sim, mas também o judaísmo e o cristianismo tradicionais _ se assentam sobre a dominação masculina sobre a mulher. É como se fossemos um perigo social que devesse ser posto de lado, esmagado, impedido de opinar, de escolher, de criar, de conviver em igualdade de condições com a outra metade da humanidade.
Ao mesmo tempo, igualmente não param de pipocar relatos de abuso sexual de parentes mais velhos _ pais, tios, padrastos, irmãos, vizinhos _ sobre crianças e adolescentes. No mundo inteiro. A pedofilia não é nova. Só está mais visível.
Políticos acusados de estupro se elegem e tomam posse na África do Sul, no Paraguai, na Nicarágua. Atenção para o refrão: eu disse estupro. Não me refiro ao discreto charme de cafajestes elegantes como John Kennedy e seu seguidor Bill Clinton, seduzindo estrelas de cinema e estagiárias. Nesses casos, as moçoilas entraram na roubada por vontade própria, houve consenso. Estupro não: estupro é crime. Mas quem liga pra uma bobagem dessas? E afinal, a culpa é sempre da vítima.
Sexismo é tão odioso quanto o racismo. É definir pela loteria genética o papel da pessoa na sociedade, conforme o equipamento que nos tiver sido designado nesta vida. Inacreditável é que boa parte da humanidade ainda ache isso normal.
3 Comments:
De tudo o que venho lendo até aqui em suas palavras, essas são as que mais me arranharam o silêncio que redoma tão delicado assunto. Me tocaram fundo, mesmo não sendo a canção que eu queria tanto ouvir...alguma (quiçá),que falasse em "respeito",com todas as partes duras de seu repertório.
quando se coloca a religião no meio, então nem é bom falar.
faz com que as pessoas tenham certezas absolutas e com isto justifiquem qualquer ato insano inspirado pelos dogmas destas religiões.
seja o uso de uma burca (defendido inclusive por mulheres lá) ou a condenação de aborto feito em uma menina de 9 anos fruto de um estupro.
eu aqui fico pensando, quando as pessoas vão se guiar por se mesmas e não por um dogma imposto em suas cabeças.
Disculpe, Joyce..o Portugues não é minha primeira lingua, mas vou tentar escrever um pouco sobre o este assunto muito importante. Concordo com voce, "E afinal, a culpa é sempre da vítima". Eu li recentemente um blog d'um homen que seria considerava 'liberal' aqui em Estados Unidos; mesmo que ele acha que a violencia contras mulheres e' sempre um engano, á mesmo tempo, ele não podia entender porque e como uma mulher pode ficar em mesmo lugar sem fugir depois o primeiro ato de violencia. Muitos tempos, outras mulheres tambem não podem compreender o fato que não e' uma coisa so' do realidade do exterior, mas mais importante, na mente. Acho que a maior do tempo, a pessoa que abusa ganha controle pouco a pouco, ate'que a outra par perder a confiança(self-esteem), e tem grande medo da retribuição. Com tantas notícias d'esse tipo da retribuição, ele surpreende-me que muita gente ainda não vêem este. Finalmente, em toda parte do mundo, acho que nos temos que fazer mais pra ajudar as mulheres em perigo, fornecendo o conselho e o abrigo para aqueles que ganham a coragem escapar.
Postar um comentário
<< Home