diário de bordo (1)
O concerto foi na Casa da Música, uma belíssima sala de quase dois mil lugares, que se encheu de gente curiosa para ver nosso João (e a nós outros também, claro). É uma grandiosa obra arquitetonica, e amigos locais nos contaram que sua construção foi tão complexa e controvertida quanto a da Cidade da Música, aqui no Rio, e a da Ópera de Sidney, na Australia _ com orçamentos triplicando `a medida que as obras avançavam, prazos estourados e outros pepinos do genero. Não estamos sós! Mas, pelo menos neste caso, visivelmente valeu a pena, é uma sala de concertos maravilhosa, de acústica impecável e infraestrutura perfeita.
(e eu e João voltaremos a nos encontrar em breve, agora mesmo em abril, desta vez em estúdio, para mais um CD juntos, primeiro saindo no Japão e depois, ano que vem, por aqui)
Creme de aspargos
Gambas ao alho
Queijo da Serra, acompanhado de torradas quentinhas e um cálice de vinho do Porto (tudo produzido ali mesmo, que maravilha!)
(Como vocês podem ver, sou adepta fervorosa da teoria slow food de que o melhor é sempre aquilo que está por perto, bem na área de produção.)
Nosso QG em Paris fica em Montparnasse, e o melhor programa do mundo é sentar num café e olhar a vida passando. Bom, bonito e barato. E merecido, depois de um conturbado início de ano, cheio de sustos sem conta.
Soupe `a l'oignon
Pain de maison
Assiette de fromages, un verre de Bordeaux Mouton Cadet. E água Badoit. Tudo local.
(eu queria tanto gostar de ostras... está bem na época e é um prato lindo _ mas é o mesmo problema que tenho com pudim: a consistencia)
Outro menu de felicidade na França pode ser o do café da manhã:
Café au lait + 1 tartine au beurre. E estamos conversados.
(Não posso deixar de falar na consciencia francesa, sempre esperta e alerta. Na França se pensa e se verbaliza muito. Nos cafés próximos ao Jardim de Luxemburgo, área universitária, uma juventude ligada, conversando, discutindo, fazendo planos, todos juntos em greve, professores e alunos contra os planos do governo. Maio de 68 não terminou por lá. Na nossa brasserie de escolha, Le Select, não pudemos deixar de escutar (devido ao volume) a conversa profunda entre dois amigos de idades diferentes, que começaram falando de mulheres ('o que elas querem afinal de contas?'), depois passaram para assuntos teológicos, Deus e suas variantes (um era religioso, o outro ateu) e quando saímos o mais velho mostrava seu novo poema para o outro, que analisava palavra por palavra, caprichosamente, com ferramentas literárias apropriadas, de quem já fez muitos mestrados na vida.
No computador do hotel, abro na página do meu provedor, e as principais manchetes do Brasil são sobre o BBB9. Não faço a mínima idéia de quem são aquelas pessoas)
(acabo de ver que a foto acima está datada erradamente. Ainda não sei mexer nessa nova camera que ganhamos)
O Carnaval no gelo prossegue nos próximos posts.
2 Comments:
quanto a tv aberta e infelizmente rádio, tem tempos que não escuto, tristes tempos estes nossos.
antes que eu me esqueça, em relação ao o que as mulheres querem, eu tento entender escutando duas cantoras/compositoras que falam no feminino, ainda que de maneiras diferentes (é claro, nenhuma mulher é igual a outra) você e alzira espíndola
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