tempo, tempo, tempo, tempo
Imediatamente depois do Canadá e do festival de inverno de Ouro Preto, cá estou com João no camarim do SESC Vila Mariana, SP...
Cheguei das viagens e já tinha Donato de novo, o que é sempre coisa boa... Acabo de chegar da temporadinha paulista que celebrou os 60 (!!!) anos de carreira dele. Começou garoto e foi ficando mais garoto ainda a cada dia... João tem a sabedoria das crianças. Da primeira namoradinha, pra quem compôs a primeira canção aos 7 anos (e que na época tinha 8, um a mais do que ele), diz: "encontrei com ela outro dia. Está igualzinha! Só mudaram os números..." Outra ótima frase donatiana: "o tempo precisa de tempo para ser tempo". Concordo. É exatamente o princípio da vida slow, que é uma maravilha, mas que nem sempre conseguimos cumprir.
Nestes dias em SP, ele também me contou que em março, lá em Portugal (foto acima), Emílio Santiago disse a ele que tomara um susto comigo. Nas palavras do próprio, "pensei que a Joyce só se alimentasse de cubos de gelo... E lá no restaurante ela comeu tudo! TU-DO!!!" Cubos de gelo??? Só se eu fosse a Giselle Bündchen. Sim, era um tradicional restaurante português, no velho bairro Matosinhos, e eu só não comeria "tudo" se fosse uma boba e deixasse passar ocasião tão única. Na verdade, carne eu não comi, mas isso eu não como mesmo, há 30 anos. No mais, fui prazerosamente, e estava ótimo.
Mas fiquei encasquetada com o comentário do meu amigo. Deve ser a minha velha fama de natureba, resquício ainda dos tempos de Monsieur Binot. Ou ele acredita que eu estou com esse corpinho de 59 aos 61 (mais ou menos o tempo de carreira do Donato) porque fico de boca fechada direto, o que está bem longe da realidade. Mulheres francesas não engordam, chéri. Eu sou carioca, mas aprendi direitinho o truque da moderação. Mas obrigada assim mesmo, pelo que me soou como um possível elogio.
No entanto, a cada vez que abro um jornal e vejo algumas colegas _ que já estavam na estrada há bem uns dez anos quando comecei _ declarando menos idade do que eu, dependendo do humor do dia, ou morro de rir ou fico injuriada. Quer dizer que só eu fico mais velha, tá certo... O caso é que eu declaro a idade certa, aliás eu e Maria Bethania (dois anos acima de mim), somos duas que não tememos o tempo (que precisa de tempo pra ser tempo, etc, etc...) Eu sei que a temível barreira dos 60, quando a gente passa a pagar meia-entrada no cinema, pode assustar algumas e alguns. Aqui no Brasil principalmente. E dos efeitos colaterais, que às vezes aparecem bem antes, nem se fala. Já ouvi, há muitos anos atrás, um insuspeitíssimo grande compositor (na época ainda chegando aos 50, praticamente um garoto, e assustado com a possível gravidez da filha) declarar que "avô não vende disco" _ e ser rebatido no ato por outro colega, popstar total, já então cheio de netos: "que bobagem! Claro que vende!" Então vamos lá, não parece tão mau assim.
Pra mim, uma das melhores coisas dessa fase da vida tem sido justamente conhecer essas pessoas novas, aliás novíssimas. E vamos conhecer mais uma em breve _ vem aí mais um(a) neto(a). Serão seis ao todo a partir do ano que vem, que beleza! A lindíssima alemoazinha abaixo vai ser a irmã mais velha de alguém. Quem será? como será? Boa pergunta.
4 Comments:
Oi Joyce!
Acabei de ouvir pela primeira vez seu cd novo Slow Music. Belíssimo, aliás como eu esperava.
Parabéns as músicas são ótimas!
Beijos!
Oi Joyce, tudo bem?
Tive o prazer de ir ao show maravilhoso seu e do João Donato.
E é lógico, que eu adorei!
Aliás, as músicas novas estão ótimas, espero que esse cd do Japão lance aqui sem demorar taaanto...rs
Como eu te falei no dia, repito agora, te desejo muito sucesso, saúde e felicidades!
E parabéns pelo novo cd!
Beijo!
Ps: Que legal saber que vc não come carne, eu também não, rs.
Joyce, estamos nos divertindo muito com seu post. O comentário do Emílio, que já se consolidara como uma piada reservada, agora é compartilhado com o mundo inteiro. Você é personagem que escreve a própria história com muito bom humor. :)
Oi Joyce!
Muito interessante, seu blog, parabéns!
Comeco pensar sobre isso: nao sei muito da cultura brasileira, mas tenho curiosidade do sua geracao que surgiu dos anos 60. Aqui em E.U.A. nos chamamos esse grupo 'baby boomers', e mesmo que tem differencias individuais, parecem como uma geracao distinta que continuam sendo muito ativo(entre outros estereotipos que nao sao tao lisonjeiros!rsss). Voce ja ouvi um dito popular "Os anos 60 sao os novos anos 50"? rss. Acha que em Brasil ha tambem essa coesao do mesmo grupo? De qualquer maneira, eu tenho muito admiracao por essa geracao, que incluie minha mae, e tantos musicos que me inspira. Espero que as scientistas descrobrem a chave por imortalidade o quanto antes!
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