terça-feira, abril 24, 2012

África


Estive na África, de passagem, algumas poucas vezes, em conexões aéreas, sempre indo para algum outro ponto do planeta. E, para valer, no ano 2000, quando participei com minha banda do Arts Alive Festival, em Johannesburg, na África do Sul. Um evento que congrega músicos de todo o continente, e para o qual fui convidada como um dos representantes brasileiros da diáspora africana - apesar dos meus 50% de DNA europeu, visto que sou filha de dinamarquês com brasileira. Mas a lição dos organizadores foi brilhante: a cor da pele não contou para que o convite fosse feito, e sim o que a música lhes dizia. Depois de anos de apartheid, e com a maioria negra finalmente no poder, foi surpreendente - e lindo.

(aliás, foi uma pergunta que fizemos à promotora local do show que veio nos receber, uma moça de origem indiana: como nos classificariam lá? Ela olhou para Teco Cardoso e Mauricio Maestro, e imediatamente disse: "brancos". Para Beth Bessa, nossa então produtora, que é mulata: "colored". Depois olhou para mim e para o Tutty, na nossa morenice tipicamente brasileira, pensou, pensou, e finalmente respondeu: "vocês dois, não sei. Não tem essa mistura por aqui")

Foi uma das viagens mais maravilhosas e interessantes que já fizemos, e que também serviu para entendermos que há muitas Áfricas dentro da África. Li hoje o artigo cujo link vai abaixo, no site da BBC News, e gostei muito. Nele, o autor (africano, do Kenya) questiona a imagem que o mundo ocidental faz da África. É para ler e pensar.

http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-17814861

PS- na foto, ao meu lado, dois grandes músicos sul-africanos: Sybongile Khumalo e Cypho 'Hotsticks' Mabuse.

2 Comments:

At 8:12 AM, Blogger Érico Cordeiro said...

Prezada Joyce,

Convido você e todos os freqüentadores do seu blog para participar das comemorações do terceiro aniversário do blog Jazz + Bossa.
Como já faz parte da tradição, tem um desafio bacanudo por lá, valendo um dvd do Milt Jackson com Ray Brown, gravado em Montreux.
Conto com as presenças de vocês, ok? Um fraterno abraço a todos!
http://ericocordeiro.blogspot.com.br/

 
At 12:08 PM, Blogger Luiz Antonio said...

Varias Africas dentro da Africa, vários Brasis dentro do meso Brasil, mundos inteiros "dentro de uma só cidade", verdade. Mas aproveito o espaço para perguntar: e os adolescentes de hoje em dia? São todos iguais?
Minha filha, 11 anos, corpão de 15, e o dia quase todo, fora escola, estudos e tv, com o fone de ouvido plugada em musica do ipod. O computador eu consegui segurar, talvez por ver que eu ou estou viajando ou em reuniçao ou o resto do dia trabalhando nele ela tenha visto que vai ter muito tempo pra encarar essa tela pela frente. Mas música no ipod é direto. Antes de dormir vou ao quarto dela dar a "conferida" pra ver se esta coberta, coisa e tais e hoje tenho mais uma atividade: remover os fones de ouvido sem acordá-la. Tenho medo por uma geração surda e com miopia generalizada, pois as telinhas dos ipod são minusculas e eles ainda conseguem assistir clipes! Dia desses vi um "palito" se mexendo no meio de um monte de holofotes, minha visão não via mais que isso mas ela me provou que estava vendo a Amy W. Fora isso é a TV com Icarly, american idol, os simpsons e outros.
Sou apaixonado por música, deve ser coisa de DNA (prefiro do que ela indo atras de outras coisas menos edificantes e que espreitam nossos filhos cada ve mais cedo. musica é remedio pra alma), mas me preocupo. Na minha adolescência era o som do tres em um NATIONAL, mas sempre baixinho, no quarto, atéporque a bossa sempre me acompanhou. Hoje eles parecem zumbis com esses negócios no ouvido. Será que são todos iguais aqui e na Africa? O blog também é espaço para troca de informações, depoimntnos etc... então vai aqui o de um pai preocupado, no minimo com a saude dos ouvidos dos seus filhos, a música ouvida já é de boa qualidade - a fase breganeja que aos seis anos me deixou em choque já passou -
E dai?

 

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