quinta-feira, setembro 23, 2010

por favor, meu ego...

Assim fica difícil manter a compostura... Na mesma semana, duas meninas espertas do jazz me encheram de agrados. Sei lá se eu mereço, mas é a música quem faz isso, e não a minha pessoa. Portanto, meu querido ego, fique na sua.


As fotos acima foram tiradas logo depois do meu show no projeto Rio InCena, no teatro Clara Nunes aqui do Rio, onde celebramos os 30 anos do 'Feminina' e minha recente indicação ao Latin Grammy com o 'Slow Music'. Diana Krall veio nos assistir, com toda a sua banda (o guitarrista Anthony Wilson à frente de uma nova formação). Foi uma noite especial, onde outros amigos queridos compareceram - Hermínio, Zé Renato, Zé Milton, Mario e todo o clã Adnet, Scott Feiner, Lucina e muitos mais, músicos e não-músicos. Mas foi muito legal ouvir Diana (por quem tenho grande respeito como artista) dizer que as canções de 'Feminina' foram uma de suas bíblias quando começou a se interessar por música brasileira. E que ouvir a plateia cantando 'Clareana' junto comigo lhe trouxe lágrimas nos olhos, com saudades de seus pequenos que ficaram no Canadá. Mãe é mãe em qualquer lugar do mundo. 

(Diga-se de passagem: se todas fossem iguais a Diana, que maravilha viver. Ela, que é uma estrela em nível mundial mesmo, é das pessoas mais simples e despojadas que já vi na vida. Isso aqui no Brasil ainda é bem raro, a pessoa mal chegou a pisar na calçada da fama, e já vai se achando...)

Dias antes eu estivera na varanda do Vivo Rio pra ver o show de Stacey Kent, outra new diva do jazz de quem gosto bastante - vocalmente aparentada com uma de minhas favoritas, Blossom Dearie, e que, como Blossom, gosta de cantar em francês de vez em quando. Stacey me deixou quase encabulada com um longo discurso, ao vivo e a cores, sobre minha música (em português, e no microfone...) e sobre como a minha gravação de 'L'Étang' influenciara a dela (nessa eu quase não acreditei, pois a gravação de Blossom é antológica, a melhor de todas). Acabamos trocando CDs no backstage, como se vê na foto. 

É sempre uma alegria receber o reconhecimento de outros músicos. E essas meninas do jazz (Diana e Stacey bem recentemente, mas também outras, como Karrin Allyson e Roberta Gambarini) têm me deixado um bocado mal-acostumada. A geração pioneira das grandes cantoras de jazz parece que se despediu com a partida de Abbey Lincoln, mas novas vozes vão surgindo, renovando o gênero. E isso é sempre muito bom.

10 Comments:

At 4:22 PM, Blogger Paul Constantinides said...

Joyce
tua musica é tudo de bom.
vc merece o apreço todo q tem recebido.
é só olhar prá traz e ver a sua discografia. nem um passo fora de uma matiz que vc domina e conhece super bem, e felizmente sem redundancia, fazes com paixão e naturalidade. è a impressão q passa.
e isto hoje, cada vez mais , escapando de ser uma coisa comum. só faz nos reconhecer algo de ^remarkable^ no seu trabalho.
abs
paul

 
At 5:40 PM, Anonymous Sergio Santos said...

Joyce.
Seu ego merece e tem que estar sempre super inflado, nas nuvens, lustrado e polido. A música que você faz vem é da sua pessoa, portanto dê seu jeito de conviver com o ego estratosférico, pois reconhecimento você merece todos os dias, de Dianas, Staceys e de quem por esse mundo afora amar a música.
Bjs
Sérgio

 
At 5:45 PM, Blogger joyce said...

Pois é, Serjão, mas a gente na verdade é um canal de outra coisa maior, não é não? É importante saber disso e manter o equilíbrio.

E continuamos com o nosso combinado sobre Las Vegas. Se por um milagre eu ganhar, você leva o troféu pra mim na kombi! E se você ganhar também (merecidamente, aliás), pede pro Gabriel te ajudar a carregar.

 
At 11:31 PM, Blogger Marcel said...

Olá Joyce!

Estou morrendo de vontade (figura de linguagem necessária! rs) ir assistir ao relançamento do Feminina no SESC Vila Mariana, local super agradável e acolhedor!

Confesso que fiquei tocado com as palavras da Diana, quando disse que as músicas do Feminina foram uma bíblia para ela se interessar pela música brasileira, aliás me coloquei no lugar dela, por que pra mim o Feminina é o melhor álbum da música brasileira desde os anos 80, sem puxa-saquismo, mas é o que eu acho, ele acompanhado do Água e Luz, Tardes Cariocas e o Slow Music (engraçado que o slow chegou aqui em casa no dia que o transporte público em São Paulo estava enlouquecedor, chegou na hora certa!). E por falar em slow, Parabéns é pouco pra te dizer, sabe que eu a admiro muito, e me serve de base musical, vocal e tudo o que se relaciona a música, e claro, quem me conhece sabe muito bem que me inspiro em Joyce, Zizi Possi e Oswaldo Montenegro, e me questionam quem é o melhor, claro o melhor são todos, cada um com a sua perfeição!

Sinceramente, super feliz pela indicação ao Grammy, muito mais que merecida, e o relançamento do Feminina, vou tentar ir. Vê-la com o violão em mãos como vi no teatro Fecap ano passado faz meus olhos brilharem, ainda mais tocando o repertório desse disco que eu adoro, Aldeia de Ogum só de lembrar dá vontade de escutar!

Todos os dias em minhas orações eu agradeço por existirem pessoas como você que fazem da música uma coisa melhor, e que o pessoal da nova geração consiga dar conta do recado, o show não pode parar!

Um grande beijo!
Marcel.

 
At 3:39 AM, Blogger pituco said...

joyce,

mulheres talentosas, profissionais, mães...e bonitas.

abraçsonoros

 
At 9:49 PM, Blogger Kristi_Sundberg said...

Parabens, Joyce!

Sinto muito, mas vou aumentar seu ego um pouco mais! rssss...

Imagino que ha muitos outros do jazz e alem (como eu, que começei com o violão e toquei rock-roll por tantos anos!)que aprendem tanto de ouvindo sua musica e a voz. Pra mim, "Isla Brasil" foi a primeira CD de você que ouvi...e...UAU! Foi quase dez anos atras, cuando visitando o Brasil and comprei "Isla Brasil" no capricho...nunca ja ouvi do Joyce em essa era, foi uma sorte da aprendiz! Ainda amo essa gravação...uma perfeição!
Quanto as coisas entre mães e filhas, acho que existe tipos differentes das mães e filhas. Ha mães da vida real, mas tambem da imaginação, da inspiração, da musica. E ha muitas filhas, ou, querem ser filhas n'essa planeta, da Joyce, nossa guia musica pela esse misterio do ritmo, melodia, e harmonia, esse labirinto sem fim da musica brasileira. Muita obrigada por compartilhando seu dom com todos nos! E...Viva Las Vegas!!!

PS. Se você vai pra Vegas, e nunca ja viu o Grand Canyon, acho que seria muito bom pra lhe ver, se possivel. Uma beleza unica! Esqueço cuantos horas do Vegas, mas não e' muito longe! Vale a pena!

 
At 5:56 AM, Blogger Chris do Brasil said...

O Talento da Joyce se combina bem com a grandeza das montanhas como nos Alpes do lado Francés onde comecei a ficar bem alucinado com od dois discos dela em 1982 quando eu tocava num Trio Franco-Brasileiro formado por Alfredo Nascimento Piano, marcos do Rio Percussão e eu violão e canto. Ai durante o dia eu fazia grandes caminhadas pelas florestas a ouvir no meu Walkman esses dois discos (o outro é Clareana é claro) que o talentuoso ''baterista'' Botó me fez descubrir(que morava e tocava em Paris ao lado des Êtoiles, Luiz Antonio e Rolando e com a maravilhosa Tania Maria mais cedo na Torre Montparnasse no lugar chamado ''Via Brasil'')
Este som sempre combinou bem pra mim e a natureza para regarregar as plihas e se lembrar porque que a gente ficou músico e se deu bem interpretando joias do Sotão da música brasileira. Ver essas fotos da Joyce nos braços da Diana Krall çe emociona e ao mesmo tempo me dá de pensar que não é suficinete para um talento desse que você tem. Por certo aqui no meu pais para todos que ouviram ela o reconhecimento é unánimo. Joyce você faz parte desta segunda geração que permitiu ao movimento ''Bossa Nova'' de se manter vivo e de se regenerar.
Forte abraço.
Christophe Rousseau (músico e faxineira... de discos e Lps antigos)

 
At 12:03 PM, Blogger joyce said...

Les Étoiles... Como eram queridos aqueles dois! (Rolando continua na área)

 
At 3:11 PM, Anonymous Baptistão said...

Joyce, você faz muito bem em se manter humilde, mas deve considerar esses elogios muito naturais. Sua estatura artística e musical em nada fica a dever a elas, muito ao contrário. Se a música brasileira tivesse a máquina de divulgação que a americana, por exemplo, tem, seu trabalho seria muito mais conhecido e reconhecido mundialmente do que já é. Na sua intimidade, pode se sentir em paz com seu ego.

 
At 10:50 AM, Blogger joyce said...

Valeu, Baptistão. Suas charges do Clint Eastwood e do Woody Allen também podiam estar na New Yorker...

O pobrema é de quem mora longe, diria nosso Adoniram...

 

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