livrarias
Primeiro foram as lojas de discos. Com o advento da internet, foram fechando, fechando, até que praticamente desapareceram, e atualmente é mais fácil comprar CDs em livrarias. Só que as livrarias também começam a fechar as portas, empurradas pelos leitores eletrônicos - Kindle, IPad e outros bichos. Acabo de ler sobre a venda da Barnes and Noble, minha paixão absoluta - a filial de Chelsea, em NY, ficava pertinho do nosso hotel habitual, e era nosso point preferido pra tomar café da manhã. Livros, livros a mancheia! Fechou, há cerca de 2 anos. E agora a cadeia toda está sendo vendida.
(Acima está uma foto da Tsutaya, filial Roppongi, livraria japonesa que ainda resiste - mas as lojas de discos também resistem por lá, vide a Tower Records, onde nesta recente viagem comprei um velho objeto de desejo meu, a versão em CD de 'Ana Lúcia Canta Triste', pérola dos anos 1960, que só no Japão a gente encontra. Como diria Wilson das Neves, ô sorte!)
Resta em NY a querida Borders, um sebo de primeiríssima linha na 12th street, onde já fiz gloriosas aquisições no setor biografias de cinema, que adoro. Os sebos são a última esperança do aficionado em livro-papel.
Em Londres, ainda me divirto no Forbidden Planet, que fica no West End, local especializado em quadrinhos e ficção científica, onde colecionadores de brinquedos temáticos e outros itens de aventura também podem cair de boca.
Na Alemanha, no quesito livrarias, temos as lojas da Taschen, com lindíssimos livros de arte. Minha preferida está em Colônia, na Appelhofplatz.
Na França resiste a FNAC, livraria e loja de discos, videos e produtos culturais em geral. E aqui no Rio, meu locais de crime e tentação, onde o cartão de crédito treme a cada entrada - Travessa, Argumento, Letras & Expressões (esta já diminuiu de tamanho) e no quesito música, a querida Modern Sound, que, dizem, está meio vai-não-vai, sobrevivendo mais através do bistrôzinho com música ao vivo que lá funciona.
São lugares queridos que a gente ainda frequenta, e onde ainda fazemos nossas compras offline.
Mas até quando?
5 Comments:
quem sabe joyce até qdo der...lembro-me que no fim do ano passado correu um boato que a Barnes and Noble perto da casa onde vivia (Miami) ia fechar...mas por sorte não fechou até o dia que voltei pra cá (janeiro,2010), mas li naquele periodo q muitas lojas da rede iam fechar. sinais do tempo, da quebra da economia e ai a assomasse a mudança de tecnologia. mas ainda acredito que o papel impresso mesmo diminuindo o numero da sua tiragem, sobrevivera....mas eh preocupante...lembro-me de um estudo feito nos EUA ano passado que dizia que a média de idade dos leitores dos jornais norte americanos em 20 anos migraram dos 30-40 anos de idade para 50-60 anos de idade, o fato demonstra que os mais jovem realmente usam de forma preferencial a internet para se informar.
o q não muda pelo menos é a essencia de tudo, a beleza da arte, a beleza de um canto, estas coisas e outras como estas sensações de lugares, etc..
abs
paul
joyce,
havia escrito um tratado sobre esse assunto...algum erro e não foi enviado pra tua moderação...paciência
resumo,
creio que livros e cds serão, brevemente, instrumentos pré-estóricos...nada contra...
weblivros pra leitores de 'não sei quem surfistinhas'...e prateleiras pros leitores assíduos (idem pra ind.fonográfica)
abraçsonoros
eu aqui já cansei de esperar um disco chamado encontro marcado de uma tal de joyce, que só saiu no japão. como não tenho possibilidade de ir lá, fico na esperança.
o samba jazz, visions of dawn e o aquarius eu importei (ai meu bolso).
estou com medo do celebrating jobim ir pro mesmo caminho do encontro marcado, também é impossível de importar, que está acontecendo pelo menos por hora.
eu espero que o disco como objeto fisicamente resista.
sou do tempo do lp, preciso segurar o dito cujo nas mãos, capas, encartes, etc, mesmo que seja de um disquinho prateado.
beijos
É triste, mas o Brasil é o pior lugar para comprar cds de música brasileira. O que eu gosto, só acho no exterior, e quando morava na Itália tive grande parte da minha colecao roubada. Vinícius de Moraes eu só achei na Itália, Tom Jobim só achei na FNAC em Paris e na HMV em Londres, onde também encontrei Maria Betania e Joyce. Livros eletronicos? Prefiro nao saber o que sao, amo o objeto de papel, e tenho vontade de chorar quando alguém olha para a minha biblioteca e diz que posso doar para uma "second hand shop". Nao, nao e nao. Quero acreditar que existe gente mais inteligente que isso no mundo.
Considero lojas de disco, livrarias e afins como espaços culturais, onde sempre há a chance de encontrarmos afinidades ao vivo. Com a migração do público para o privado, a Net, fica aqui a pergunta: sairemos de casa mais para quê? E haja pança gorda, que nem lipoaspiração dá jeito.
KL
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