quarta-feira, maio 30, 2007

sem você

Era maio de 1995 e estávamos voltando de uma viagem ao Japão, com uma parada de um dia em Nova York. A morte súbita do Tom, meses antes, nos pegara de surpresa, uma cacetada emocional como só a morte de um pai pode dar. Ele era o cara que tinha nos ensinado tudo.

Engasgados pelo sentimento de perda, entramos num estúdio em NY, arranjado por uma amiga, e numa noite, de uma tacada só, gravamos este disco, que sairia no Japão pouco depois. Agora finalmente ele chega em casa, via Biscoito Fino.

Antonio, nosso mestre _ sem você, pra você.

5 Comments:

At 4:48 PM, Anonymous Anônimo said...

tive o privilégio de ter a edição original japonesa pouco tempo depois pelas mãos do toninho, é um disco maravilhoso, e sempre achei estranho que ele nunca tivesse uma edição brasileira (coisas de um país que prefere promover as bundinhas em vez da garganta e do coração) finalmente graças à biscoito fino (e com mais de 10 anos de atraso), outros ouvidos que ouvem poderão desfrutar desta maravilha.
se existe uma palavra para definir este disco, seria amoroso, em relação ao tom, seu legado e sua obra.
comprem e deliciem-se

p. s. joyce, obrigado por mais esta joia musical

 
At 5:58 PM, Anonymous Anônimo said...

Oi Joyce,

Fiquei surpreso que o disco não tinha sido lançado ainda no Brasil. Eu sou de Barcelona (Espanha) e comprei aqui há dois ou tres anos a edição de Discmedi. Na verdade, durante anos evitei comprar esse disco porque pensava: mais um com as mesmas canções de Jobim de sempre. Preferia comprar os seus CDs autorais. Mas aí, um dia, estava com vontade de comprar mais alguma coisa de você e, nas lojas, esse era o único disco seu que eu ainda não tinha e pensei: vamos tentar. E agora é um dos meus discos mais queridos. O Toninho e você conseguiram criar a partir das obras de Jobim, dar um novo jeito, uma nova cor a essas lindas canções do maestro. E isso é difícil só com voz e violão. Acho o que vocês conseguiram demais. Especialmente, nunca posso deixar de me emocionar quando ouço a sua versão de "Estrada de Sol"... Força, luz, beleza...

Recomendo esse disco a todos os seus fãs e aos fãs de Jobim, e agradeço você por esse presente que nos deu, a nós, os ouvintes.

Com carinho,

Hugo

 
At 6:29 PM, Blogger Bernardo Barroso Neto said...

Oi Joyce!
Muito obrigado por ter lançado esse disco e agora veio pro Brasil.
Sempre tive vontade de ouvir esse cd, agora eu vou comprar.
É sempre bom ouvir Tom Jobim, especialmente na sua voz.
Um beijo!

 
At 12:02 AM, Anonymous Anônimo said...

Para um espanhol o Hugo escreve muito bem o português e tem um bom insight sobre musica de qualidade no Brasil (se bem que entendedor de musica brasileira, de verdade, na maioria das vezes é estrangeiro mesmo). Concordo no que ele diz a respeito de discos com regravações de músicas do Tom e da Bossa Nova em geral – obviamente isso não se aplica aos seus discos Joyce – ele provavelmente não teve acesso aos discos que você gravou em homenagem ao Tom e ao Vina. Seu trabalho fica cada vez melhor e mais moderno, mais contemporânea e mais elegante a cada trabalho, cada vez melhor, impressionante perceber coisas novas, harmonias, ritmos, letras, músicas surpreendentemente novas a cada disco. Acho que ás vezes a maturidade de um trabalho ou de um artista vem acompanhada de toda a respeitabilidade que isso agrega, mas também com o risco de isso significar alguma limitação na criação, um “bom” comodismo, algo como ter achado a receita certa – se é que assim me explico melhor – longe de isso significar a porta da mesmice, tá mais para o ápice de uma linha ascendente que pode a partir dali começar a definir um segmento de reta ou – daí sim, negativamente se conformar numa parábola – com você nenhuma coisa nem outra, tua linha não para de subir, quando a gente acha que tava ótima aparece um crazzy total Banda Maluca para logo depois aparecer um Rio-Bahia ( hinos sagrados brasileiros com roupa nova) tu é de tirar o fôlego, mulher! Não ouvi ainda o disco novo, mas embora envelhecido mais de 12 anos – fora do Brasil - ele com certeza vai ter sua marca de inovar sempre, com a diferença de que há 12 anos atrás, com certeza, tu inovavas 12 vezes menos melhor do que agora!
Voltando ao post do Hugo, os trinta anos da Bossa no Brasil marcaram o mercado por com relançamentos de valor histórico, mas também de muita regravaçãoZINHA que nada acrescentou, nem como registro sonoro para gerações mais novas. Tu que “mamou” na bossa aprendeu a “cozinhar” muito bem com ela e a pôr o teu próprio tempero “famoso como os feijões da Vicentina” criaste teu próprio repertório de receitas e te digo mais, para encerrar esse post anunciando um outro: acho que os dois últimos discos do Tom já anunciavam uma mudança de rumos, ares e sonoridades e não sei porque sinto que seriam “matas” bem distantes do Antonio Brasileiro, viajei nessa percepção? Não sei, sempre me senti pouco a vontade de falar sobre isso – algo como mexer em altar no qual me ajoelho sempre - já com você é diferente, tá lá no meu altar também, mas entre uma passada e outra eu olho e vejo que a santa trocou de lugar, fez uma pirueta, deu uma risada e surpreende sempre, fica cada vez melhor. E pensar que eu já ouvi você dizer numa entrevista algo como não acreditar mais na música como uma linguagem inovadora, que ela se transformaria em outras numa era de internet e multimídias, se depender de você e sua criação a emoção musical ainda será a linguagem do amor, do prazer, da alegria, do baratotal de muitas gerações.Minhas filhas agradecem! Beijos
Para um espanhol o Hugo escreve muito bem o português e tem um bom insight sobre musica de qualidade no Brasil (se bem que entendedor de musica brasileira, de verdade, na maioria das vezes é estrangeiro mesmo). Concordo no que ele diz a respeito de discos com regravações de músicas do Tom e da Bossa Nova em geral – obviamente isso não se aplica aos seus discos Joyce – ele provavelmente não teve acesso aos discos que você gravou em homenagem ao Tom e ao Vina. Seu trabalho fica cada vez melhor e mais moderno, mais contemporânea e mais elegante a cada trabalho, cada vez melhor, impressionante perceber coisas novas, harmonias, ritmos, letras, músicas surpreendentemente novas a cada disco. Acho que ás vezes a maturidade de um trabalho ou de um artista vem acompanhada de toda a respeitabilidade que isso agrega, mas também com o risco de isso significar alguma limitação na criação, um “bom” comodismo, algo como ter achado a receita certa – se é que assim me explico melhor – longe de isso significar a porta da mesmice, tá mais para o ápice de uma linha ascendente que pode a partir dali começar a definir um segmento de reta ou – daí sim, negativamente se conformar numa parábola – com você nenhuma coisa nem outra, tua linha não para de subir, quando a gente acha que tava ótima aparece um crazzy total Banda Maluca para logo depois aparecer um Rio-Bahia ( hinos sagrados brasileiros com roupa nova) tu é de tirar o fôlego, mulher! Não ouvi ainda o disco novo, mas embora envelhecido mais de 12 anos – fora do Brasil - ele com certeza vai ter sua marca de inovar sempre, com a diferença de que há 12 anos atrás, com certeza, tu inovavas 12 vezes menos melhor do que agora!
Voltando ao post do Hugo, os trinta anos da Bossa no Brasil marcaram o mercado por com relançamentos de valor histórico, mas também de muita regravaçãoZINHA que nada acrescentou, nem como registro sonoro para gerações mais novas. Tu que “mamou” na bossa aprendeu a “cozinhar” muito bem com ela e a pôr o teu próprio tempero “famoso como os feijões da Vicentina” criaste teu próprio repertório de receitas e te digo mais, para encerrar esse post anunciando um outro: acho que os dois últimos discos do Tom já anunciavam uma mudança de rumos, ares e sonoridades e não sei porque sinto que seriam “matas” bem distantes do Antonio Brasileiro, viajei nessa percepção? Não sei, sempre me senti pouco a vontade de falar sobre isso – algo como mexer em altar no qual me ajoelho sempre - já com você é diferente, tá lá no me altar também, mas entre uma passada e outra eu olho e vejo que a santa trocou de lugar, fez uma pirueta, deu uma risada e surpreende sempre, fica cada vez melhor. E pensar que eu já ouvi você dizer numa entrevista algo como não acreditar mais na música como uma linguagem inovadora, que ela se transformaria em outras numa era de internet e multimídias, se depender de você e sua criação a emoção musical ainda será a linguagem do amor, do prazer, da alegria, do baratotal de muitas gerações.Minhas filhas agradecem! Beijos

 
At 9:04 PM, Blogger Unknown said...

Moro em Santos, mas vou sempre ao Rio e, claro, passo na Modern Sound. Já fazia uns 6 ou 7 anos que eu procurava o Sem Você e, quando achei, comprei na hora. Nem me liguei que se tratava só de canções de Jobim. Voltando de Metrô para a casa de minha tia na Tijuca, tirei o celofane e comecei a me inteirar do conteúdo. Logo pensei, pô tenho tudo do Tom, tenho tantas gravações diferentes de tudo que tem neste CD, por que fui pagar tão caro numa coisa dessas? CD japonês é caro pra danar. Já na Tijuca, usei o micro system da titia para estrear o disco e, então pensei: ainda bem que comprei este CD. Bem, resta deixar aqui meu pedido. Faz alguns anos, assisti a uma apresentação sua no Centro Cultural Banco do Brasil, num mês em que Adoniran era homenageado. O tema que te deram "Adoniran Carioca", que foi magnificamente desenvolvido, com arranjos muito originais e leituras sui-generis, que só engrandecem a obra o genial "baolista". Além disso, foi apresentada uma composição sua, com um refrão muito legal, que dizia "Dizem que nóis num ginga, que nóis num suinga, que nóis num sabemo sambá; Mas agora nóis pede passagem e vocêis tem que abrir a pórrrrrta." Dava pra lançar aquele repertório em CD, pra que um trabalho desses não sem perca como as canções da Band on The Wall, musicians and tunes maybe forgotten? Grande abraço. Wilson Mendes Libutti, Santos, SP.

 

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