quinta-feira, outubro 18, 2007

canção do exílio

Abro este post com a imagem do meu queridíssimo amigo, mestre e parceiro Dori Caymmi porque ele simboliza melhor do que ninguém o que quero dizer hoje aqui. Dori é um adorável rabugento, seu mau-humor é folclórico, e quando abre a boca pra falar, sai de baixo (não é o único Caymmi que tem esta característica, registre-se). Nem tudo o que ele diz se escreve, mas ele não economiza nem alivia. O Brasil e suas mazelas são seu prato predileto, e ele diz o que pensa _ assim, na lata. Já soube de gente que saiu na metade de algum show dele, ofendida com seus comentários sobre o nosso país, ou sobre o Rio, ou sobre a Bahia _ que são os lugares que ele mais ama, e portanto fica `a vontade para espinafrar quando acha algo de errado.

Dori vive há 18 anos na California, mora bem, vive bem, mas sonha e chora com o Brasil. Sua música é toda feita para o Brasil, moldada na grande tradição da canção brasileira, porém dando um passo `a frente nas harmonias, na construção melódica, nas estruturas. Como também fez o Baden, um de seus mestres do violão, que a certa altura da vida, pressionado pelas dificuldades de trabalho encontradas aqui, foi viver na Europa, onde tinha status de grande estrela. Quem duvidar, procure na web ou leia a biografia dele, "O Violão Vadio de Baden Powell", escrita pela jornalista francesa Dominique Dreyfus.

Por que estou dizendo tudo isso? Porque senti nos comentários ao meu post anterior, ainda que poucos, uma certa incompreensão com relação a esta questão de 'sucesso no exterior' _ e eu que não queria mais falar nisso... Confesso que achei graça na história contada por Luiz Antonio, comentarista freqüente aqui do blog, do ingresso devolvido num show do Baden. Mas na verdade tudo isso reflete simplesmente um grande desencontro entre o artista brasileiro e seu público.

Por que vamos para o exterior? porque achamos tudo muito charmoso e interessante, ou porque desprezamos o Brasil? Porque a saída para a música brasileira continua sendo o aeroporto, como dizia o Tom. Eu moro aqui e daqui não saio por nada, apesar de tudo o que minha amada cidade vem passando. Mas minha música, nascida aqui, mora longe. Para que eu possa exercê-la com dignidade e liberdade de criação (sim, o mercado é uma ditadura igualmente sangrenta), minha música vive no exílio, apesar de feita e criada no Brasil e para os brasileiros.

Já toquei na Estonia, na Eslovênia, na Macedonia, mas até hoje não conheço Manaus. Posso levar minha banda completa para os rincões mais distantes do planeta, mas sair com ela do eixo Rio- SP é praticamente impossível. Quando mostro fotos aqui dos países onde toquei ou vou tocar, quero dividí-las com os possíveis leitores, e quem sabe fazer com que todos sintam uma pontinha de orgulho por ver a nossa música ser tão amada e respeitada mundo afora. Assim como eu, há muitos.

Músicos querem viver com conforto, como todo o mundo. Se a questão fosse enriquecer, fazer dinheiro, escolheríamos o modo mais fácil, que é prostituir nossa arte _ tem muita gente boa que fez essa opção, como todo o respeito. Pra quem quer continuar fazendo música com tesão e alegria, sabendo que não irá morrer de fome na próxima esquina e poderá continuar honrando seu dom... provavelmente o exílio da música seja a única saída. Não a que desejamos, mas a saída possível.

16 Comments:

At 6:38 PM, Blogger Cristiane Figueirêdo said...

Cara Joyce,

Hj mesmo comentei com uma amigo da pós-graduação "sabe a Joyce ? ela tem um blog"! Ele falou na hora: "ela anda meio sumida né ?".
"É que ela faz mais shows fora. No ano passado ela veio aqui em Ctba com o bossa cucanova".

Bem, e numa aula q tratava de água/recursos hídricos,um prof. falou da Elis Regina qd teve Maria Rita cantando "como é q termina...temina na hora de recomeçar..." . Ele queria falar de ciclos. Eu expliquei q a música é da Joyce. hehe

Um abraço,Cristiane

 
At 7:43 PM, Anonymous Anônimo said...

Querida Joyce,
Infelizmente as perguntas sobre este assunto ainda são limitadas,como shows no Brasil,pois como você disse,é díficil sair do eixo Rio-São Paulo.
O mais incrível é sobre a Bossa.Porque hoje em dia,no meio desse caos musical todo,ela é consideravelmente muito ouvida.Sempre esta em trilhas de novelas,existem programas nas rádios so com Bossas,e logico,no exterior.O que mais me admira,é o povo falar da bossa com um ar épico.Isso talvez traz esse limite,quase como uma obstáculo de se permitir ao que é bom e ao que ainda faz sucesso.A bossa é um dos poucos estilos,que é tocado com tesão e alegria,acho que por isso seja estranho para alguns...enquanto as pessoas não abrirem os olhos e os ouvidos para a evolução e continuação da Bossa,o exterior será o nosso palco principal.
Beijokasss querida

 
At 9:38 PM, Blogger Sergio Martins said...

Falou e disse, Joyce. Como admirador do teu trabalho, acho uma pena que a gente passe meses sem poder apreciar teus shows e que você tenha de rebolar para que sua música seja ouvida em seu próprio país. E sinto uma certa "inveja" dos europeus, que podem ver tuas apresentações com mais regularidade que o público de São Paulo.

 
At 11:40 PM, Anonymous Anônimo said...

Então, tá! Joyce, entendi teu recado! Tu nos ama também! O problema é que para nós que moramos aqui na Ilha Brasil (prefiro dizer que somos exilados nesse caso, ou seja, por morarmos aqui não conseguimos ver e ouvir a musica do Brasil, exilados no próprio domicilio, longe daquilo que gostamos e que nos faz bem) poder assití-los é uma raridade e quanto mais pro sul da ilha parace que fica pior ainda.
Então, quando aparece uma chance ela está cheia de expectativas, carências, emoção por parte do público ávido por ver seus ídolos e - por vezes - com uma postura distanciada do artista, que de antemão sabe que está em território "estranho" pra ele, que na maioria das vezes só consegue percorrer o Brasil em projetos culturais "gratuítos" que sem dúvida tem seu valor, mas sabemos é diferente de uma turnê propria, com patrocínio, banda completa, divulgação e sobretudo público que assiste porque gosta e nehuma outra razão a mais sequer. Daí acontece disso: o publico não consegue ver o seu astro e o astro por sua vez nao reconhece alí - ainda que no Brasil - o seu público.
O Baden deixou claro na entrevista (ao meu entendimento) que iria cantar áquela noite para um público que ele nao reconhecia como seu , num país que não soube lhe dar o devido valor. Me senti incluso naquela platéia que ele descreveu, que pelo jeito parecia mesmo só saber do "breganejo".Daí os desencontros...pena que naquele tempo não tinha blog. Se tua arte te leva para palcos distantes, o blog nos aproxima através de idéias, vamos nos conhecendo e quem sabe um dia aqui no sul da ilha nosso encontro será como o de "velhos" conhecidos.
PS: imagino como deve ser violenta mesmo a pressão do mercado, a tal prostituição, já constatei com outros que admiro que....deixa prá lá, já me estendi demais. Mas, nao sei , acho que a internet pode estar funcionando também para abalar a estrutura desses impérios da indústria fonográfica: a loja não vende, o rádio não toca, o empresário não trás, mas o site tá alí, a venda do cd também, o clipe tá no you tube e isso o tal "jabá" como vocês costumam chamar não consegue apagar.
Beijos
Luiz Antonio (www.meupianoeomeuteclado.blogspot.com)

 
At 12:45 AM, Blogger Aline Lisboa said...

realmente é lamentável como o brasileiro não valoriza o bom gosto pela arte, mais especificamente neste caso, pela música. Quando eu peço encarecidamente que vc venha ao nordeste fazer um show, sei que isso é praticamente impossível, apesar de acreditar que vc teria um bom público te esperando aqui. Mas é aquela velha máxima "quem garante?"
Enfim, não culpo os artistas brasileiros que sempre estão no exterior fazendo seus shows e até mesmo morando por lá, temos que ser realistas, né mesmo?
Desejo apenas o melhor para vc querida Joyce, muito sucesso, tanto dentro quanto fora do Brasil e quem sabe um dia, se eu estiver no exterior eu possa vê-la? Já que morando no mesmo país isso será muito difícil...
Grande abraço e tudo de bom, sua eterna fã.
Aline Lisboa.

 
At 4:29 PM, Anonymous Anônimo said...

Querida Joyce.
Essa é uma longa e antiga história. Você foi perfeita em sua colocação: você vive aqui, mas sua música mora longe. E felizmente você ainda conseguiu optar por viver aqui. Essa opção não foi a do nosso querido amigo Dori, que resolveu ampliar seus horizontes, levando a sua adorável rabujice junto com sua genialidade. E antes dele foi Baden. E antes de Baden, Moacir Santos. Já pensou o que era pro Moacir fazer aquela música estupenda, compor as Coisas dele e pensar em viver delas no Brasil? É uma questão de sobrevivência não apenas física, mas também moral e estética: há que se procurar quem nos queira ouvir.
É impressionante a quantidade de brasileiros que vivem da nossa música no exterior. Mais impressionante ainda é a quantidade de artistas estrangeiros que também vivem da nossa música, principalmente da bossa nova, cantando em português (a maioria das vezes soando muito engraçado). Assim, quem no Brasil faz música para ser ouvida por quem tem mais de 2 neurônios, não tem como não pensar no mercado exterior. Eu mesmo gostaria de fazer muito mais shows fora do que faço, e posso dizer com certeza que todas as vezes que fui, fui sempre recebido por um público maravilhoso, quantitativa e qualitativamente. E nem tanto por meus méritos, mas principalmente por aquilo que a música brasileira significa fora do Brasil, e que foi construido por quem saiu antes de mim, assim como Moacir, Baden, Dori, e tantos outros. E por você. Esse é um público que infelizmente nem sempre tenho por aqui.
Por isso Joyce, acho a sua posição corretíssima, e ainda bem que você conseguiu que apenas a sua música se exilasse: deve ser muito duro amar o Brasil como a gente ama e ter que viver fora. Nosso amigo Dori deve sofrer com isso, nós sabemos. Por isso minha cara amiga, vá com Deus pra Macedônia, Eslovênia, Monróvia, Cracóvia, Casaquistão, Ondéquelistão e para onde mais quiserem apreciar esse seu maravilhoso talento. Leve a sua inigualável música onde a quiserem ouvir e seja cada vez mais feliz. E a gente aqui agradece quando pode ter o privilégio de te ouvir, sabendo que se por aqui você não sobe ao palco com mais frequência, mesmo com tanta gente querendo lhe ouvir, não é pelo seu desejo. E se isso não é uma situação causada pelo público, muito menos o é pelo artista!
Gostaria que o Moacir Santos e o Baden não tivessem precisado sair do Brasil, assim como gostaria que o Dori morasse em Pequeri, mas sair foi a forma de tornar a sua música possível. E acho maravilhoso que você, ainda que tendo construido uma belíssima carreira no exterior, tenha conseguido optar por permanecer aqui. E não apenas pelo fato de você não levar meu querido baterista embora, hehe.
Beijos
Sérgio

 
At 4:36 PM, Anonymous Anônimo said...

Claro está, que a música (e tudo o que envolve cultura brasileira)perdeu a qualidade há algum tempo por comercialismos e programas de domingo. Difícil a divulgação e produção de música que não seja prápular brasileira. Talvez porque "o melhor do Brasil é o brasileiro..." e aí você olha pro lado e dá vontade de chorar...Mas tem muito brasileiro bom que os brasileiros não enxergam. Solução é se mostrar lá fora onde existe uma disponibilidade maior de cultura.
Tenho a sorte de morar em São Paulo e, não é prá ficar paranóica, estou quase sempre presente quando você vem, e faço questão de levar meu filho de 11 anos para dara ele uma boa
"in-formação" crítica. Aliás, o primeiro show que ele assistiu foi seu, ainda de fraldas, no parque da Aclimação.
Só não vou poder comparecer dia 30 porque estou de plantão.
Abraços e muito obrigado pelo seu talento.
Paulo Ricardo

 
At 11:44 PM, Anonymous Anônimo said...

Nossa! O post vai bater recorde de comentários!
Acho que depois dessa "terapia" de grupo ficamos todos resolvidos sobre esse assunto que mexe tanto com nossa emoção! Já sei que a artista gosta de mim, assim como eu gosto dela,que ela faz música pra mim também, embora não possa vir me cantar pessoalmente, e que se o mundo é o palco que a recebe bem - ele a merece e ela o merece também! - E quando ela vier a Porto Alegre, eu vou chegar no camarim, e me apresentar dizendo: Joyce, sou eu! Tenho certeza que ela vai me entender e reconhecer. PS(de brincadeira): embora você tenha dito que não fala mais sobre isso: pode usar a página do jornal local para "baixar o pau" que nem assim eu devolvo o teu ingresso! Pronto! Tive alta!"

 
At 5:26 PM, Blogger Bernardo Barroso Neto said...

Oi Joyce!
O que você e outros aqui falaram é a mais pura realidade.
Não é hoje que vemos artistas brasileiros irem fazer sucesso no exterior por serem esquecidos no Brasil.
Foi falado aqui o nome do Moacir Santos, do Baden, do Dori e eu falo também do Eumir Deodato, Sergio Mendes, Joao Donato,Oscar Castro Neves e tantos outros.
E ainda quando eles fazem show no brasil são acusados de americanizados! Como foi com Carmem Miranda e Tom Jobim, pra citar nos maiores exemplos. O que é uma tremenda falta de respeito.
O Tom teve que ir pra os EUA no início dos aos 70, porque ninguém queriam gravar os discos dele que não eram considerados comerciais.
Músicas expetaulares como Stone flower, Matita Perê, Saudade do Brasil, Boto e tantas outras.
Mesmo no exterior Tom não perdeu a brasilidade e com você também é a mesma coisa, levando a nossa música aos quatro cantos desse planeta, sendo quase uma ilustre desconhecida em seu próprio país.
Continue assim Joyce cantando e tocando essas músicas maravilhosas pra Europa, pro Japão, pra qualquer lugar e nós brasileiros somos obrigados a esperar chegar seus discos aqui pra ter o mesmo prazer que os estrangeiros tiveram bem antes. Mas fazer o que, se o Brasil esqueceu de seus artistas maravilhosos?
Valeu por tudo, boa viagem pra Europa e que você continue fazendo uma música brasileira de altíssima qualidade.
Beijos!

 
At 12:29 AM, Blogger pituco said...

Joyce,
putz...ainda não li o post abaixo e comentários,mas esse aqui...mamma mia,tô até emocionado...mesmo!!

a canção brasileira no exílio e...
permita-me completar...dando 'emprego' pra muito músico brazuca,que a faz com dedicação,respeito e carinho....e tem saudade do lugar onde tudo se originou.

particularmente,vivo me enganando com a frase do Gil..'o melhor lugar do mundo é aqui e agora'...por quê não deve ser ali e agora?

obrigado sempre por expor o que pensamos e acreditamos com tanta lucidez.

agora,
artistas,feitos tu e Dori,são patrimônio universal, mesmo!

abraçsonoros
namaste

 
At 4:06 PM, Anonymous Anônimo said...

Joyce, querida:

Seu texto me tocou muito. Ja que tudo é relativo, permita-me inserir nessa discussão um pouco da minha música e do nosso CD Especiaria - para os que não sabem, cantado pela Joyce (a verdadeira, 100% nacional). Vou copiar uma boa parte do que voce escreveu:

"O Flavio Chamis vive há 15 anos na Pennsylvania, mora bem, vive bem, mas sonha e chora com o Brasil. Sua música é toda feita para o Brasil, moldada na grande tradição da canção brasileira, porém dando um passo `a frente nas harmonias, na construção melódica, nas estruturas. Mas sua música, nascida no exterior, mora longe - no Brasil!
A música vive no exílio (ou seja, no Brasil) - apesar de feita e criada no exterior, é para os brasileiros."

Explico: O CD no qual voce e o Tutty participa e que ja foi mencionado nesse blog algumas vezes anteriormente, foi lançado apenas no Brasil pela Biscoito Fino. Por uma decisão pessoal e consciente, eu fiz questão de que o CD saisse por um selo brasileiro. Resultado final: a imprensa brasileira praticamente não mencionou nada a respeito de Especiaria. Aqui fora, por outro lado, ganhamos - por causa desse CD com selo brazuca - alguns premios importantes - como o International Press Award, o John Lennon Songwriting Competition, alem de uma indicação para o Grammy Latino. Quem explica?

Abraco forte,
Flavio

 
At 11:29 PM, Anonymous Anônimo said...

Como fã seu desde 1985 (show no DCE da UFF aqui na minha terra: Niterói) eu afirmo: você nunca prostituiu sua arte. O sucesso no exterior é uma consequência e não um objetivo estratégico. Parabéns para você e ao Dori por essa conquista.
Quanto aos comentários sobre o Brasil, ele pode... e todos nós brasileiros podemos também. Basta usar esse pedaço de carne que temos entre os dentes...

 
At 1:52 AM, Anonymous Anônimo said...

Joyce,
quando ouço histórias, vejo fotos dos meus ídolos, ou os vejo no palco, é como se eu tivesse revendo amigos... é uma saudade de algo que eu não vi de perto... sinto-me inserida nas histórias, nos ambientes das fotos, reencontrando a "turma" a cada show... porque vocês falam comigo, a cada música... traduzem, lêem... passam os momentos de gozo e infortúnio...
de boemia e de suor... e estão nas lembranças... sendo assim, eu torço pelos meus "amigos"... mas... que dá uma dorzinha... isso dá! Mas ainda acredito que cada pessoa que ama pode fazer sua parte... como o mercado brasileiro anda complicado e o esquema de divulgação muitas vezes é falho, resta-me recorrer a net, comprar os cds, fazer leituras em sala de aula das letras, músicas... trazer para o dia após dia a presença tão doce de sua voz e poesia! Infelimente, talvez essa realidade não seja tão fácil de contornar,porque na maioria das vezes as pessoas nem conhecem o trabalho dos nossos artistas... porque não é dada a elas essa abertura. E entre ter você mais perto e "prostituída", e longe, mas fiel a sua proposta de trabalho, receio ter de admitir que a segunda opção seja mais apropriada...
Saudade, sentimos... mas...

 
At 12:25 PM, Anonymous Anônimo said...

Estou meio tonta... Deve ser por causa da hora, e' quase meia noite!
Gostaria de dizer que foi muito bom ter ido te ver no Birdland,o que so' foi possi'vel por estar morando nos States, trabalhando como faxineira(house cleanner e' mais chique!) e ter grana pra sentar, jantar e aproveitar a boa mu'sica, com letra ou sem letra, que voces fazem. Se fosse aqui, tenho quase certeza que nao poderia faze-lo. Nao sobra $$ pros "superfluos"... Nao da pra aguentar esse papo de que voce tinha que fazer mais shows aqui no Brasil, quando sabemos que nao da nem pra viajar com sua banda por esses Brasis e que muitas pessoas que curtem o teu trabalho nao podem se dar a esse luxo de ouvir musica decente, de qualidade, nao podem se dar ao luxo de ser feliz assim... Ai', a gente se muda pra la', sente saudade da terra, da familia, dos amigos, mas pode ter uma vida decente e ser feliz, ouvindo e vendo Joyce, Romero Lubambo, Dory, Cesar Camargo, Luciana Souza, Leny Andrade,Eliane Elias, Caetano Veloso e outros gringos tb.
Pe$$oalmente, acho que voce faz, me$$mo, muito mais $uce$$o fora do que dentro.:))))
Muita inveja de quem mora nas Oropa...
.Beijos!!!! Boa viagem! Sucesso e' redundancia.

 
At 3:03 PM, Anonymous Anônimo said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

 
At 3:10 PM, Blogger Thiago Mello said...

Na minha humilde opinião, o músico brasileiro deveria morar aqui, trabalhar aqui e gravar aqui em portugues para o Brasil. Claro que fazer sucesso fora do país é deveras exitante, no entanto, temos que valorizar o nosso país, com toda a dureza, com toda a beleza. Está mais do que na hora do brasileiro se tornar brasileiro de verdade, ou então teremos que instituir nas escolas uma "aula de brasilidade". É triste ver nossos maiores músicos preferindo Nova York a Copacabana... Muito triste mesmo... Ah, faço também um convite aqui para que os músicos saiam um pouco do eixo RJ-SP-BA, e descubram nosso país enorme, que tem Sul, Norte, Leste e Oeste e que em nenhum lugar desse planeta [salvo aí as montanhas do Himalaia]existe material humano tão belo e grandioso. Vamos todos nós tomar um café demorado com o Seu Zé e a Dona Maria lá do sítio e quem sabe aprenderemos uma ou duas coisinhas que buscamos a vida a toda por aí e que ficam na verdade diante dos nossos olhos. E no fundo é só os abrir e ver!

 

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