woman is the nigger of the world
Já dizia Yoko Ono, lá atrás nos anos 7o: woman is the nigger of the world. O que é feminina? eu disse, e passei a minha vida toda tentando explicar/entender o que nos faz tão diferentes, o que nos oprime, o que nos falta, o que nos sobra. Seria tão simples procurar apenas pelos aspectos subjetivos de ser mulher... A encrenca é muito maior se olharmos para a África, para o mundo muçulmano, e nos reconhecermos na opressão nossa de cada dia. Com o desafio de não cair na tentação do discurso vitimizado da minoria _ e que raio de minoria é essa, que é metade da humanidade?
(vejamos, por exemplo, aqui mesmo no Brasil: quanto tempo e energia me custou para provar que eu podia ser compositora além de cantora, ou seja, criar e pensar por mim mesma, ao invés de apenas ser a porta-voz de idéias alheias? E pra ser band-leader e obter o respeito de outros músicos? Apenas toda uma vida.)
O mundo discute se os Estados Unidos terão um presidente negro ou uma presidente mulher. Eu cá mantenho meu ponto de vista: estou certa de que quando todos os problemas do planeta forem resolvidos e não existirem mais diferenças raciais, sociais ou religiosas, ainda assim, em algum lugar de Soweto ou da Mangueira, da Avenue Foch ou de Ipanema, alguma mulher estará sendo oprimida de algum modo, pois é garantido que a última questão não-resolvida será sempre a questão de gênero.
(e olha que eu simpatizo `a beça com Barack Obama _ portanto, esta não é uma declaração de apoio nem desapoio a Hillary Clinton, nesta eleição onde, por justiça, o planeta inteiro deveria ter direito a voto. É só a constatação de um fato: ser premiada na loteria da vida com o gênero feminino não é moleza não!!!!)
É pior ser mulher do que ser negro? pergunta a jornalista americana, em face da dúvida dos eleitores na escolha do(a) candidato(a) do partido Democrata. Se ela tiver lido o livro 'Infiel', de Aayan Hirsi Ali, saberá com certeza: ser mulher é zilhões de vezes mais complicado.
Não vou explicar nada. Leiam o livro, é urgente. Depois de ler um livro desses, não dá pra não ser feminista. Nem aquelas que, como eu, achavam que não precisavam mais do rótulo.
2 Comments:
se ainda a mulher ocidental contemporânea sofre com as opressões sociais machistas...
imagine as orientais?
o ser-humano ainda se espanta e rejeita cores,crenças,culturas e o próprio semelhante...rs!
abraçsonoros
Parabéns pelo blog querida Joyce. Que a Luz de Clara&Ana façam do teu caminho, o melhor para voce e todos os que voce ama. Que a doçura forte te segure entre nós para mais muita música!! Muita "Agua e Luz" pra todos nós. Um grande beijo das praias ilumidadas de Florianópolis.
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