o futuro é um beco sem saída
Essa é a primeira impressão de 2009, que já começou com o pau quebrando na Palestina. Dá a impressão de que Israel se apressa a pesar a mão antes que seu maior aliado inicie nova fase, sob nova direção. Não é possível que os responsáveis por esses ataques em Gaza não estejam se dando conta de que estão alimentando a hidra de sete cabeças. É munição pra mais umas cinco ou seis décadas de ódio. Ou talvez a idéia seja essa mesma. A gente daqui fica tentando entender os dois lados com suas razões, e provavelmente é isso que será feito pelo presidente Obama (êba!) a partir de 20 de janeiro. É isso: todos têm suas razões, que merecem respeito _ mas quando um dos lados parte pra violencia, a razão acaba pendendo pro lado oposto, ainda que este também acumulasse erros. Como tudo na vida.
Quando a PM do Rio invade violentamente a favela onde mora Dona Geninha, a passadeira daqui de casa, ela, que já vive acuada pelo tráfico _ que, entre outras coisas, impede os moradores do Complexo do Alemão de ter telefones fixos, cortando os fios assim que são instalados, e volta e meia decreta toque de recolher na área _ passa a detestar a polícia tanto ou mais do que detesta os bandidos. Quando a polícia, o exército, o estado, enfim, ocupar a área com outra atitude, sem descer ao nível pavoroso da bandidagem, os heróis da criançada da favela serão outros. Isso vale pra todos os tipos de conflito. Inclusive na Faixa de Gaza, que, não `a-toa, é o apelido do local onde Dona Geninha mora.
1 Comments:
Leio isso após a "bela" intervenção da polícia paulista no estádio de futebol. Pena que nunca haja um comentarista que diga "é assim, Serra, que o senhor pretende ser eleito? tratando assim os cidadãos?" Na mesma hora ele tomaria uma atitude.
E o mesmo deveria valer para o Rio. Todos sabemos como os policiais estão mal preparados. Todos sabemos dos acordos entre políticos e traficantes. Joyce, será que o Rio terá jeito?
Angela Carneiro
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