segunda-feira, agosto 17, 2009

de manhã no hotel

O clima ficou estranho quando os três homens de terno entraram no elevador do hotel, dois deles de terno escuro e sapato social. O terceiro usava um terno quadriculado de cor clara, de feitio espalhafatoso e cafona, sapatos de verniz-crocodilo, anel de ouro no mindinho, muita brilhantina no cabelo. Um figurino demodé de gangster, cafetão, bicheiro, talvez. Os dois de terno escuro eram visivelmente seguranças do homem de terno claro e sapatos de verniz, que falava alto e dava as ordens. A vibração dos três era pesada, principalmente a do chefe.

Desceram junto conosco até o andar do café da manhã, onde outro homem, um mulato gordo vestido ao mesmo estilo, já os esperava na mesa. Não tinham ido lá em busca do café, e sim da reunião. O salão ficou em suspense quando o gordo fez menção de abrir uma pasta preta. Será que dali iria sair uma arma? Tiroteio no hotel?

Ele tirou da pasta uma bíblia, mostrou a passagem escolhida e confabulou rapidamente com o homem de terno quadriculado, acertando os detalhes do próximo sermão. Eram pastores evangélicos. Saíram do salão com os garçons dizendo "amém" e "aleluia".

Deus nos proteja de alguns de Seus representantes.

9 Comments:

At 7:55 PM, Blogger Marcel said...

Olá Joyce!

Que história estranha, o que um andar, um jeito de se vestir não leva nossa imaginação ao além.
Ultimamente têm tido muitos representantes pelo mundo, não sou contra, só não gosto quando forçam a barra querendo nos convencer de algo.

Os ingressos do lançamento do "Slow Music" só começaram a ser vendidos dia 1/09, se eu não tivesse ligado lá no Sesc tinha ido lá à toa, mas por uma causa que valia muito a pena. hehehe

Até Mais!
Bjs

Marcel.

 
At 2:50 PM, Anonymous Marjorie Bier said...

Vim parar aqui através do blog da Rafaela... que grata surpresa!

 
At 9:29 PM, Blogger Luiz Antonio said...

to no rio....e continua lindo...
bjs
luiz antonio

 
At 12:14 PM, Blogger Dani Monaco said...

Tenho mais medo desses caras do que do próprio Diabo, que pra mim foi inventando pra terceirizar a maldade do ser humano.

 
At 9:00 PM, Blogger Rafaela Gomes Figueiredo said...

hahaha
Que bizarro!
Bom comentário o de Dani! Quase faço minhas as palavras... tirando o fato de q não são só estes tipos em q não se deve confiar...

 
At 11:12 PM, Blogger Paul Constantinides said...

ai...estou rindo
muito bom.
se aconteceu de fato
imagino a tensao!
similiridade total entre as duas faczoes hen?
q coisa nao?
munda estranho
estranho mundo

abs
bjs
paul

 
At 6:15 PM, Anonymous Anônimo said...

Joyce... Se ele fosse loiro e não mulato gordo... Será que alguém teria medo? Será que ficariam tensos apreensivos?
Vc escreve umas coisas bacanas, gosto de vc mas me preocupa o jeito como às vezes descreve os fatos que vive em seu cotidiano. Outras pessoas podem tomar isso como base para separar ainda mais os grupos, que já estão tão demasiadamente separados... credo cor e afins!
Pois é...

 
At 9:15 PM, Blogger joyce said...

Caro anônimo, eu que nunca respondo aos comentários, aqui terei de fazer uma exceção: podia ser mulato gordo, podia ser louro magro (aliás, pela grafia do "loiro" já vi que você é paulista... nada contra!) O espírito da coisa seria o mesmo. Figuras sinistras, nada é o que parece, etc. Apenas descritivo. Leia meus posts com mais atenção. Você não entendeu muito bem.
abraços

 
At 8:11 PM, Anonymous Anônimo said...

Cara Joyce que apesar das palavras que muito me preocupa, mas que venho lê-las porque me interesso por bons trabalhos musicais,eu não sou Paulista (Seria um prazer se assim por acaso fosse),sou carioca nascida no subúrbio da Central do Brasil e que adquiriu um excelente gosto musical ao te ouvir a adicioná-la em meus excelentes hábitos sonoros. E é justamente por reler com bastante atenção ao que posta a cada novidade,é que me preocupa quando deparo com alguma comparação deste tipo como citada acima(o que me despertou a atenção foi o pre-julgamento com a apreensão). Mas prefiro mesmo ter esta certeza absoluta que foi eu quem não a compreendeu bem... sim, prefiro que assim seja! Se me permite, continuarei "lendo-a", pois que, ouvindo-a, independe de sua vontade e sim da sensação da harmonia que a sua voz e canção me favorecem.
Abraços fraternos

 

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