quinta-feira, abril 08, 2010

Feminina, 30 anos

No Dia Internacional da Mulher o site MPB.com me pediu um texto sobre os 30 anos de lançamento do meu disco 'Feminina', seus desdobramentos e reflexos no nosso cancioneiro. Passado já um mês da publicação pelo site, peço licença aos leitores para reproduzir este texto aqui no blog.

Em 1980 minha vida estava mudando. Depois de um período de parada quase total das atividades musicais, por conta do nascimento de minhas filhas, voltei a compor direto, vi minhas músicas serem gravadas pelas mais importantes vozes do Brasil e finalmente fui convidada a gravar um disco meu pela EMI-Odeon. Este disco se chamaria "Feminina", e seria um marco em meu trabalho e em minha vida. 

Para começar, porque pela primeira vez, eu tinha o controle absoluto do meu próprio trabalho. Tudo ali era pensado e criado por mim: as músicas, os arranjos básicos, os violões, os vocais, a maioria das letras, as idéias, o conceito. Pois era um disco autoral e conceitual, e refletia exatamente tudo o que eu queria dizer naquele momento, a partir do discurso no feminino singular, que no comecinho de minha carreira fora quase que apedrejado em praça pública. Enfim, era uma mulher assumindo o controle.

Quase todos os meus maiores sucessos de carreira estavam contidos naquele LP. Muitas daquelas canções já haviam sido gravadas por Elis, Milton, Nana, Bethania, Boca Livre e outras vozes. Mas ainda havia coisas inéditas, e com uma destas, "Clareana", fui classificada no Festival MPB-80 e explodi nacionalmente, no mesmo palco onde fora vaiada 13 anos antes ao cantar "já me disseram/ que meu homem não me ama". A menina de 19 anos que dizia "meu homem" em 1967 era chocante demais para o Brasil daquele momento. Mas a mãe que em 1980 cantava o amor por suas meninas estava livre para ser amada pelo povo brasileiro, àquela altura já cascudo por declarações de cama, mesa e banho, feitas por 10 entre 10 novas cantoras que chegavam na MPB aos borbotões.

Essa dicotomia santa/devassa sempre me incomodara na música brasileira, e eu não queria estar em nenhuma das duas posições. Por isso mesmo tinha feito, com minha parceira Ana Terra, músicas como 'Essa Mulher' e 'Da Cor Brasileira'. E propunha uma reflexão mais abrangente do assunto em 'Feminina', um samba-jazz-quase mandala, de mãe pra filha e de filha pra mãe, questionando se 'o cabelo, o dengo, o olhar' teriam mesmo tanta importância assim na construção da nossa identidade.

Hoje ninguém mais se assusta com mais nada, graças a Deus, e nós mulheres podemos inclusive pegar o bonde de volta pra casa e parir, criar, trabalhar, amar, fazer ou não fazer tudo isso ou nada disso, conforme nossa escolha. Tenho certeza de que a música brasileira foi importante nesse movimento. E cada vez que vejo no YouTube uma criança cantando 'Clara, Ana e quem mais chegar', ou um coral de meninas cantando "ô mãe, me explica, me ensina"', ou Maria Rita revivendo 'Essa Mulher' com lágrimas nos olhos, ou Maria Bethania cantando 'é o homem da cor brasileira, a loucura, a besteira que dorme comigo" - quando vejo tudo isso, sei que ter gravado o "Feminina" há 30 anos atrás teve alguma participação na construção do nosso imaginário feminino.

29 Comments:

At 4:03 PM, Blogger Paul Constantinides said...

sem duvida alguma Dignissima Dona Joyce...é isto ai.
tua voz e tua personalidade são super importantes neste sentido de contribuir na ^construção do imagina´rio feminino^ neste pedaço do mundo.

há quem diga que a musica nada importa....nada sabe quem diz isto.

basta ler o q vc escreveu e
ouvir o q vc canta e cantou
beleza.
abs
paul

 
At 6:23 PM, Blogger CAIO said...

Joyce, apesar de ser homem e hetero esse disco me influenciou muito,pois sou gaúcho e a forma como a mulher era vista ou abordada aqui nessas plagas era bem diferente dessa liberdade que vc representou sempre pra mim , vc sempre foi muito importante na minha forma de enxergar a mulher de uma forma mais arejada , hj sou casado a 06 anos e acho que seu trabalho e sua postura de por exemplo ser casada com o tuty a zil anos sempre me chamou atenção vc ainda é uma pessoa a frente de seu tempo, sua arte sempre foi libertadora.PS:Vc é linda! com carinho, Caio

 
At 11:10 PM, Blogger pituco said...

joyce moreno,

explicadinho assim, por ti mesma, autora e dona do 'pedaço', não há como se ficar 'criando cifre em cabeça de cavalo' (ditos antigos)...rs

e esse lance de disco 'conceitual'...preparado e gestado com essa 'atenção' de pai e mãe...como é o caso de 'feminina'...nossa, faz uma falta!!!

obrigadão por toda tua música...

abraçsons

 
At 3:11 PM, Blogger JoFlavio said...

JM
Influenciada por Lennie Dale, Elis tentou por um tempo ser o que se convencionou chamar de cantora “performática”. Se a colocassem numa piscina, bateria o recorde do nado de costas (sorry). Mais ou menos na mesma época, criou-se um tipo de “pacote” perfeito para uma cantora fazer sucesso. Bastava ser baiana, assumir um gênero sapata, visual agressivo no cabelo e nas roupas. E assim se criaram Bethânia, Gal, Simone & similares. O que seria da regra de não houvesse a exceção? E foi por aí que “Feminina” quebrou tudo. Além do mais importante, o conteúdo, claro, de altíssimo nível.

PS. Ainda dentro da mãe, Maria Rita agora partiu para o lado performático também, mais preocupada em exibir uma coreografia forçada e quase sempre inoportuna.

PS II. Performático, na minha opinião, é eufemismo de cantor sem talento. Pode ser exagero, mas...

 
At 8:30 PM, Blogger Luiz Antonio said...

como é dificil para a grande maioria dos homens admitir que ser sensível, "que um dia meu nêgo, vc sem medo vai se liberar" (Aliás MEIO A MEIO é uma mensagem pós-feminina, é dizer que a mulher ja tomou o seu merecido espaço e que agora faltava ao homem abocanhar o que é também seu espaço, ou seja , o o direito de ser simplesmente humano")mas como é dificil ainda pra nós admitir essa sensibilidade temendo ser confundida com nossa sexualidade, vamos admitir que somos sensíveis mas a palavra hetero tem que vir antes. Eu, depois de muito sofrer com isso larguei de mão, não me intitulo mas hetero diante de minhas lágrimas comovidas por uma cena , uma flor, uma manhã de sol, um sorriso de criança. Bendita Maria que habita aqui dentro de mim! Veio pra fora e me deixou mais macho que muito cabra que eu vejo por ai batendo esporas. Mas, espero que as mulheres também , que tanto clamaram liberdade, entendam essa liberdade masculina sem preconceitos.

 
At 10:18 PM, Anonymous Anônimo said...

joyce,
'feminina' foi a reflexão que me acompanhou na minha juventude, para que eu decidisse como me comportar diante de muitas e tamanhas exigências vinculadas ao nosso "sexo". e ainda assim, pode passar o tempo que for que ...'esses mistérios estarão sempre lá'...
bjinhos e até a lapinha amanhã!

 
At 12:15 PM, Blogger Bernardo Barroso Neto said...

Apesar de quando esse disco foi lançado eu ainda não ter nascido sei da importância dele para a música brasileira.
Até hoje é o meu disco preferido que você fez. Só tem músicas maravilhosas. Um dos melhores da história da nossa música.

 
At 1:48 PM, Blogger Unknown said...

Joyce,eu tenho 18 anos,me chamo Juliana e o teu disco é um marco pra um grito feminino na música.A liberdade de composição suave e delicada e a expressão de uma revolução foi contribuída com o seu talento.Vida longa a todas os tipos de mulheres que há dentro de você!
Beijosss

 
At 5:33 PM, Blogger joyce said...

Jô, a Elis, no tempo do 'nado de costas', tinha 19, 20 anos. É o tempo em que a pessoa ainda está procurando sua identidade e experimenta de tudo. Ela foi (ao lado de Elizeth Cardoso) a maior cantora que já vi atuar ao vivo, e olha que já vi muitas...

 
At 6:25 PM, Blogger rogerio santos said...

Joyce, sou apaixonado por "discos" que "contam estória", como é o caso do Feminina.
E não só o Feminina na tua rica carreira.
O legal é essa verdade que vem num disco como esse, onde não há uma música ali "por acaso". E Feminina eu entendo dessa maneira. Um RGzão mostrando o que viria nos anos seguintes... até esse lindo Slow Music "e quem mais chegar".

Parabéns pelos 30 anos desse registro tão importante, e obrigado pela narrativa tão deliciosa para os fãs.

Beijos, Rogerio

 
At 10:51 PM, Blogger JoFlavio said...

JM
Comprei todos os discos da Elis após fase duo Jair Rogrigues, que destestava. Claro que a "pimentinha", principalmente depois do casamento, musical inclusive, com César Mariano virou a cantora que todos nós adoramos.

 
At 12:42 PM, Anonymous Cecília Freitas said...

Se teve!!!Já que o assunto é a figura feminina na música popular, peço licença para desabafar sobre algo que me incomoda há algum tempo:
(In)Felizmente, cada época tem seus tabus e "crises de identidade". A da vez, pelo que observo no meu mundo, está relacionada à definição da identidade lésbica. Acho que os valores estão em processo de construção, ainda, e muita gente precisa se autoafirmar, o que resulta na promiscuidade em um certo desprezo por tudo que lembre uma "postura hetero". Essa é a razão da massificação em torno de figuras públicas lésbicas, que pelo simples fato de exporem sua opção através da música, ganham a idolatria do público. Surge, então, um outro gênero musical (grosseiramente denominado pelos intolerantes "Sapatão, voz e violão"), em que seus representantes acabam fazendo tudo igual, assim como acontece com o Axé Music, os sertanejos comerciais e os forrós da vida. Gera-se um preconceito às avessas, sob o qual as mulheres que falam de filho, casa, feminilidade e relação estável são mal vistas. Por que não preservar tais valores? Por que não ser Tutta La Femme du Monde para um homem ou uma mulher só? Só sei que ganhei de presente de minha primeira namorada a versão remasterizada de Feminina e Água e Luz, quando eu tinha 18 anos, e sempre me identifiquei com as diversas mulheres que ali se manifestam, mesmo que elas falem do gênero masculino. Essa "heterofobia" no meio lésbico certamente é um novo tabu a ser desconstruído e, lamentavelmente, se alguém cantasse "Da Cor Brasileira" ou "Essa Mulher" em uma casa de shows gay, a cena de 1967 se repetiria.

PS - Convém destacar que esse é o perfil geral que observo em Fortaleza, minha cidade.
PS 2 - Clareana é um clássico; foi a primeira música que cantei em coral, aos 10 anos.

 
At 3:20 PM, Anonymous Túlio said...

num certo sentido feminina é um marco para a composição no feminino, assim como o chega de saudade o é para a mpb em geral.
pois se antes as poucas compositoras que apareciam em geral sempre escreviam no eu neutro, após o lançamento deste disco, o eu feminino apareceu.
será que as pessoas iriam prestar atenção em alzira espíndola, tetê espíndola, luli, lucina, alice ruiz, etc se o feminina não tivesse quebrado o tabu?
alias, fico sempre pensando num disco em que eu iria juntar estas cantoras/compositoras, em parcerias que ainda não foram feitas, tipo, joyce e alice, alzira e luli, (seu feminino é sempre singular, adoraria ver o que sairia de um feminino plural com estas parcerias) o título até já esta aí "feminino plural".

 
At 4:55 PM, Blogger joyce said...

Legal o debate rolando, os comentários... É pra isso mesmo que o blog está aí. Que falem os heteros modernos, sensíveis; as pós-lésbicas, que não querem mais o estigma do sapatão; e até uma pós-feminista como eu, que quero ver as pessoas de todos os sexos vivendo em paz com suas escolhas. Como vemos, as identidades antigas estão enferrujando e queremos novas... Se a música pode ajudar neste processo, vamos nessa!

 
At 8:22 PM, Blogger Marcel said...

O Feminina é um dos discos mais lindos que existe!

Joyce, isso é o que é, porque você assim o fez!

E ainda bem que é tudo maravilhoso!

Postei há umas duas semanas 3 postagens no meu blog em comemoração aos 30 anos de Feminina.

Se quiser conferir:

http://www.soumais-brasil.blogspot.com/

Um Beijo!
Marcel

 
At 7:46 PM, Anonymous Baptistão said...

Joyce, esse disco tem lugar definitivo na minha memória afetiva. Eu o ouvi até gastar numa fase mágica da minha vida, a da descoberta da música por dentro, por meio de um instrumento – o bendito violão. E que lindo violão você tocava – e toca, até hoje. E que belos arranjos (escuto agora Revendo Amigos, uma maravilha).Quero dizer que este blog é um grande prazer pra mim, pela sua escrita inteligente e elegante (que eu já conhecia do seu livro), e pelas reminiscências e imagens que você divide conosco. Bate aquela inveja sadia (existe isso?)de quem viveu por dentro aqueles anos de pura música. Apenas uma dúvida: a música Clareana, no Feminina, consta como só sua, mas,em gravações recentes, aparece creditada a você e ao Maurício Maestro. O que houve? Parabéns pelos 30 anos do disco, pelo blog e pela carreira irretocável.

 
At 1:14 AM, Anonymous Anônimo said...

Joyce, o cd 'femina' trouxe grandes prestigios para sua carreira.
Mas quais são os 5 melhores que você mais tem apreço?

Um abraço do Zé.

 
At 2:47 PM, Blogger joyce said...

Batistão, 'Clareana' tem música de Mauricio Maestro e letra minha. Mas na época do festival, ele, por motivos pessoais, não queria participar, então combinamos que o nome dele não iria aparecer, embora ele, obviamente, recebesse todos os direitos autorais a que fazia jus. Depois, com o sucesso da música, ele mudou de ideia e daí pra frente 'assumiu' a paternidade da canção.

Zé, mãe não tem favoritos entre os filhos... O que eu citaria, no máximo, seriam alguns CDs que foram talvez mais marcantes. CDs autorais como o Feminina, Ilha Brasil, Gafieira Moderna; e CDs de intérprete, como o Astronauta e o Slow Music. Mas todos são importantes pois cada um representa uma fase minha.

 
At 1:22 AM, Blogger Cyntia Monteiro said...

Eu acho muito importante que uma artista tenha uma obra como a sua, de sabe pensar e criar várias tipos de mulheres reais sem deixar de ser uma só. Mas mudando de rumo... Estava lendo alguns comentários acima e agora tenho mais certeza de que depois de tudo isso; das santas, devassas, mães, agora é a vez da heterofobia. Por coincidência, acaso ou sei lá o que(na verdade acho que os meus professores andam lendo muito a seu blog), essa semana tive que escolher o tema de um projeto em comunicação para nota na faculdade. No meio da confusão, a professora de TMPC praticamente me intimou a escrever sobre a relação das mulheres e o eu-lírico feminino com o cancioneiro brasileiro. fui contra falar da obra de Chico. se é pra falar sobre esse tema, que sejam obras de mulheres. Agora vou ter um problemão com a minha falta de conhecimento sobre essa nova safra da música brasileira. Ontem mesmo fui escutar algumas músicas e fiquei completamente confusa e essas moças devem estar ainda mais confusas do que eu.
Por sorte, ainda existem as exessões. Eu vou precisar de citações, então, posso usar os textos que você escreveu aqui? Com os devidos créditos, claro!

 
At 2:37 PM, Blogger Luiz Antonio said...

Joyce, já que falaste de teus "filhos", tenho o ÁGUA E LUZ talvez como sendo o que eu mais gosto, depois dele Ilha Brasil sempre me vem também. Qdo Agua e Luz saiu em cd juntamenet com Feminina, um texto teu deu alguams dicas sobre esse trabalho, falando do orçamento curto, do uso das vozes do Céu da Boca como alternativa para falta de cordas: uma alternativa que enriqueceu o trabalho, pois as vozes cairam muito bem nas músicas como "Agua e Luz". Acho que esse trabalho foi o que mais indicou o rumo que tua produção musical seguiria, faixas como Samba de Gago, Muito prazer, (Tutty) Moreno, a própria faixa título, Meio a Meio...nem sei de qual eu gosto mais...fala um pouco dele pra gente!?

 
At 10:54 AM, Blogger joyce said...

Fique à-vontade, Cyntia!

 
At 11:22 PM, Anonymous janete de andrade lemos... said...

esse negócio de "feminina"... "30 anos"... dá mesmo o que falar.
esse teu jeito de construir pontes entre as suas músicas e o povo que as ama, é sensacional!
estou gostando de vir aqui só para
ler tantas coisas a respeito do que você "descreve".
bjs no tutty, na clara, na ana, nos netos e em quam mais chegar!

 
At 2:00 PM, Anonymous Baptistão said...

Joyce, quando teremos edições em CD dos discos Tardes Cariocas e Saudades do Futuro? Gosto bastante desses discos e há muito aguardo essas edições. Você tem acesso aos fonogramas para relançá-los ou depende das gravadoras? E o disco Encontro Marcado, será relançado? E mais: onde encontrar Aquarius, Samba-Jazz e Delírios de Orfeu, discos que nunca vi por aqui? Desculpe pelo bombardeio de perguntas.

 
At 12:58 PM, Anonymous May said...

Não sei se posso dizer que é, dos seus discos, o melhor; já que todos são deliciosos, têm qualidade extraordinária... Mas posso afirmar que é um disco que me faz reviver coisas que nem vivi. Cada vez que ouço o Feminina me sinto um pouco mais Mulher. E ele já me inspirou poemas; discursos e sobretudo, pensamentos. Um salve à sua forma clara de escrever, sua bela voz... "E quem mais chegar"!

 
At 11:19 PM, Blogger RICARDO MANN said...

Tenho o LP, com encarte e tudo. Só dá pra dizer que é um clássico! Assim como são o "Ilha Brasil" e o "Gafieira Moderna" também, na minha modesta opinião.

 
At 11:50 AM, Blogger Lizzie Bravo said...

muito orgulho de ter participado - como vocalista e fotógrafa - desse disco tão especial. parabéns pelos 30 anos!

 
At 5:42 PM, Blogger joyce said...

Foi mesmo, comadre. Testemunha ocular (e auditiva) da história...

 
At 1:16 PM, Blogger Heloisa Tapajós said...

Minha querida amiga,
Acabei de assistir ao DVD do Sarau. Ficou muito bom!! Como todos os outros, vai fazer parte do acervo do Núcleo de Estudos em Literatura e Música da PUC. E você vai ter a sua cópia. É só um registro da sua relevância artística para o ambiente acadêmico. Mas, olha, sorte minha ter esse registro comigo também. Porque eu posso ouvir um resumo de uma carreira tão linda sempre que quiser. Mas, ainda sob o impacto renovado daquela noite, preciso te dizer: Você é fantástica! Voz feminina, voz brasileira. Você realmente DIZ. Com os versos de suas canções autorais, com as ricas melodias e sofisticadas harmonias - e, olha, um exemplo aqui é "Valsa do pequeno amor". Sem dúvida alguma, uma das músicas mais lindas que eu já ouvi na minha vida! E a faceta cantora é cada vez mais contagiante e embriagadora. Eu costumo dizer por aí, quando falo de você, que você "saboreia" as palavras quando canta. E o timbre, as divisões, o ritmo fantástico, o violão... Realmente, uma artista completa, madura, segura no palco, cheia de charme e simpatia. Ao som dessa trilha, só me resta dizer: tenho muito orgulho em ser mulher e brasileira.
Obrigada por sua voz que canta e diz. Obrigada por suas canções.
Receba aí todo o meu carinho.
Muitos beijos da sua amiga,
Losinha

 
At 11:01 AM, Blogger Emiliana Paiva said...

Soube do teu blog há tempos, mas com muito "pudor" ou quem sabe medo, não consegui chegar até aqui.
Hoje enquanto procurava minhas "amadas mestras" nesta ainda curta caminhada de "aprendiz-cantora", para enviar para umas pessoas que fazem tecnica vocal comigo, vim "bater aqui".
Meio com vergonha mas tendo o coração pulsando como a menina que teve o prazer de te ouvir ainda aos 18 anos, sentada numa poltrona, recebendo de outra mestra o mais precioso presente "Joyce cantando Tom".
Já fazem 21 anos...risos... ousei te cantar várias vezes e me toca profundamente. Tuas músicas falam de todas nós...
grata,
Emiliana

 

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