minhas cidades
Tenho cidades minhas. São aquelas que conheço bem, ou pelo menos penso que conheço. Meus cantos favoritos, o hotel de sempre, o bairro, os restaurantes e alguns bons amigos. Hoje estou falando de Tóquio, para onde seguiremos amanhã (se bem que a foto acima é de Yokohama, cidade de que também gosto muitíssimo, mas sem esse pertencimento todo).
Minhas cidades são aquelas de que não posso me afastar por muito tempo, ou fico com síndrome de abstinencia. Amo Nova York e Paris, que são cidades óbvias, feitas para serem amadas. Nos anos 1970, amei Roma, depois esqueci um pouco este amor, devido às prolongadas ausencias. Em compensação, aprendi a amar Londres. Nós e a torcida do Fluminense amamos a Praia do Forte, na Bahia, claro. E por razões familiares, amo também São Paulo e Colônia, onde temos filhas e netos.
(São Paulo não se entrega assim tão fácil, é um amor que precisa ser cultivado. Frequento SP desde pequena, pois minha mãe tinha um arranjo engraçado com a irmã dela: no verão, meus primos paulistas passavam as férias lá em casa, no Posto 6 (para os não-cariocas, explico: trata-se da divisa entre Copacabana e Ipanema), torrando sob o sol do espetacular e tranquilo Rio de Janeiro dos anos 50/60. Nas férias de julho, o arranjo entre as irmãs nos transferia para a casa de minha tia, no Brooklyn Novo, em São Paulo, onde o programa era congelar nos duríssimos invernos paulistas. Por sorte havia uma lareira na sala, onde podíamos nos aquecer. Mas o banho de chuveiro naquele frio era uma tortura, e à noite era dureza dormir nos quartos gelados. Cedo percebi que meus primos saíam ganhando com a troca... Hoje aprendi a amar Sampa, e é um dos meus lugares favoritos, para onde vou com prazer sempre que posso.)
Enfim, tudo isso para falar de Tóquio, cidade que adoro, e pela qual me apaixonei à primeiríssima vista. De tal forma que minha primeira ida ao Japão, em 1985, não me provocou sequer um jet-lag, tamanha a excitação da viagem. Hoje, depois de 24 anos de convivencia com a cidade, a paixão se acalmou, virou um amor tranquilo, mas é claro que temos nossos points prediletos _ Shinjuku, onde fica a melhor papelaria do mundo; Shibuya, onde ainda se encontra, firme e forte, o prédio de cinco andares da Tower Records, minha perdição, a cadeia japonesa sendo a única da rede, no mundo inteiro, que ainda não faliu; Harajuku, para bater perna pela Omotesando-dori e ver as modas; Takadanobaba, bairro afastado onde se esconde nosso restaurante preferido. E claro, Minami-Aoyama, onde fica nosso QG musical desde 1991, o Blue Note Tokyo.
6 Comments:
é bom, também, ter várias casas...
:)
joyce san,
okairinaçai...rs
boa viagem pra troupe toda...
abraçsons pacíficos
post scriptum...sampa é muito bacanuda também...rs
Cara Joyce,
Torço para que os shows sejam maravilhosos e que você encante os japoneses com o seu talento e musicalidade - como já vem fazendo há alguns bons anos.
Por outro lado, permita-me fazer um pequeno complemento às atrações da fulgurante Tóquio: você esqueceu de mencionar o samurai Pituco-San, paladino da música brasileira e embaixador do JAZZ + BOSSA na terra do sol nascente (rs, rs, rs).
Um fraterno abraço!
Se os japoneses emprestassem aos brasileiros um pouquinho do seu excelente gosto musical, eu não estaria sentindo essa pontadinha de injeva de todos que vão ouvir vocês em Tóquio... Joyce e Tutti, Gismonti, Guinga, entre outros, cada vez mais apreciados pelos japoneses... estes sim sabem o que é bom!
Oi Joyce!
Boa viagem ao Japão e bons shows ao lado do grande Donato.
Espero que não demore a chegar o disco por aqui.
Beijos
Parabens, Joyce, e as outras Cariocas em ganhando as Olimpiadas! Joyce, sei que voce nao gosta de tocar num estádio...mas na festa de abertura...das Olimpiadas!!! é uma tentação, ne'??? rsrsrsssss....so' brincando...
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