segunda-feira, novembro 30, 2015

Por que fazer música?

Música: por que fazer? Você podia estar roubando, podia estar assaltando, podia estar tocando o terror aí pelo mundo. Também podia estar na política ou trabalhando no sistema financeiro - mas está fazendo música. Quem faz música de verdade, faz porque  precisa. Porque o chamado da música é forte demais. Porque se você não é capaz de viver e morrer pela sua arte, então, sorry, melhor nem começar, não vale a pena.

Por isso, quando vejo alguém dizer que está na música pra ganhar dinheiro me dá um... Sei lá, um engulho, e ao mesmo tempo uma pena da pessoa, que não faz a menor ideia do que está perdendo. Pobre de quem acredita na glória e no dinheiro para ser feliz.


terça-feira, novembro 24, 2015

A Terceira já é

Vou repetir aqui o que venho dizendo há tempos para os mais próximos: a Terceira Guerra Mundial já começou há alguns anos. Só que não é entre nações.
Por isso mesmo, por não ser uma guerra convencional onde uma nação declara guerra a outra, talvez só agora o pessoal tenha notado. Até o Papa já está dizendo a mesma coisa. E como é uma guerra mundial, nós, aqui em baixo, no sul da América, ficamos meio sem saber como devemos nos comportar. A guerra é deles, lá em cima, pelo hemisfério norte, o que temos com isso? Já não basta a encrenca infinita em que estamos metidos? 

Pessoas, essas fronteiras acabaram há muito tempo. Sim, temos todo um bom combate para combater por aqui. Temos nossos próprios fundamentalistas rasgando alegremente a constituição, o 'livrinho', cada vez mais (r)emendado. Temos um desastre ambiental de proporções inéditas, inimagináveis, assustadoras, e podem ter certeza de que não será o último - de onde veio esse, tem mais. Racismo, sexismo, machismo, corrupção, desgoverno, e todo um buquê de horrores a serem combatidos, e dos quais não podemos descuidar. Temos a obrigação moral de continuar lutando pelos direitos civis dos brasileiros de todas as cores, credos, gêneros e etnias (sendo que nós, mulheres, temos toda uma pauta a cumprir). Temos a definitiva obrigação de gritar contra a destruição absurda do nosso meio-ambiente, nossa riqueza maior. Por tudo aquilo que constituía o orgulho da nação brasileira, o país tropical bonito e rico por natureza, aquela sociedade tolerante onde qualquer viajante se sentia bem recebido, e que, a julgar pelo que hoje expressam as redes sociais, parece ter virado uma fotografia na parede. A luta por aqui continua, sim.

Mas nem por isso vamos acreditar que não temos nada a ver com o que está acontecendo lá em cima, no hemisfério norte. Só pra lembrar, teremos no ano que vem um evento mundial acontecendo na cidade mais emblemática do país, aquela deslumbrante cidade do samba e das garotas de Ipanema, aquela cidade que tem como imagem-símbolo justamente uma estátua do Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara.
E esse pessoal psicopata do Estado Islâmico tem fascinação pelo simbólico, como estamos vendo.