domingo, setembro 30, 2012

é a vida

De vez em quando a vida nos prega umas peças, a nós que vivemos na corda bamba de sombrinha, equilibristas da fé. Ninguém de nós, salvo raríssimas exceções, está livre de em algum momento ter sua vida virada do avesso, seja por questões financeiras, de saúde (essa não perdoa ninguém mesmo...), emocionais, o que for.

Nossa amiga Luhli recém-passou por um momento desses, que coincidiu com seus 45 anos de carreira. Os amigos se reuniram para um show em sua homenagem nesta última sexta-feira, do qual participei com prazer, sabendo que ainda outros se realizarão em outras cidades, inclusive (e principalmente) em SP, onde ela em certa época chegou a morar.

É sempre bom saber que os amigos se preocupam com a gente nessas horas. Ninguém no mundo é uma ilha - e a música brasileira é uma grande família solidária. Nossa amiga a esta altura já está de volta à sua casinha florida de Lumiar, em recuperação. Mas certamente recebeu as ondas de carinho que todos e todas lhe mandamos.

PS- Na foto de Irinéia Ribeiro, tirada no camarim deste show, eu e Lucina, grande parceira de Luhli na maior parte de sua obra.


sexta-feira, setembro 28, 2012

mais fotos do Dizzy's

 Mais algumas fotos da nossa temporada.
 Quarteto!
 Estas são algumas das fotos que estão na página de Facebook do Jazz at Lincoln Center. Registros de uma temporada feliz.
 Dom Salvador...
Com Chico Pinheiro e Hélio Alves.


quarta-feira, setembro 26, 2012

de volta, de novo!

Este é o cenário do fundo do palco do Dizzy's Club Coca Cola, em NY, onde recém-tocamos. A foto é diurna, ainda na hora da passagem de som. Mas é lindo tocar com as luzes da cidade ao fundo.



 Nossa trupe completa - nosso quarteto, mais Dom Salvador e Chico Pinheiro, e ainda Todd Barkan, diretor artístico da casa.

Foi bom demais, o clube ficou sold-out em todas as 6 sessões que fizemos, o som rolou bonito. A estada na cidade querida também foi deliciosa. Tudo de bom!


quarta-feira, setembro 12, 2012

ex-my love

Meu amigo, parceiro e padrinho de casamento Hermínio Bello de Carvalho é um barato...

(aqui na foto, no show do meu aniversário em 2008, no falecido Mistura Fina. Também na foto, nosso mui querido Elton Medeiros)

Hoje, ao abrir pela primeira vez meus emails antes de viajar, me deparei com uma provocação deliciosa dele em seu site Oficina de Coisas, num post chamado 'Amores Baratos'. Ele confronta as músicas "Folhetim", do Chico, com o mega sucesso de Gaby Amarantos, "Ex-My Love"(o autor chama-se Veloso Dias, se não me engano). 'Ex-My Love' é pra lá de brega (e daí?), mas tem achados sensacionais na letra, inclusive uma pérola escondida no meio, uma frase que poderia estar num samba de Cartola: "o meu amor era rio/ e o teu não formava uma fina cascata". Muito bom!

Vejam no site  www.oficinadecoisas.com.br - e divirtam-se! Enquanto isso, até jazz, mais uma vez!


terça-feira, setembro 11, 2012

em NYC



 A foto é só pra lembrar uma passagem engraçada do ano passado. Caminhando por perto da entrada do Museu de História Natural em Nova York, ouvi uma família brasileira conversando: "e quem é esse da estátua, pai?" "É Shakespeare, uai!"

E lá vamos nós de novo para nossa querida cidade! Dessa vez, com uma muito feliz missão musical. Vejam no site do Jazz At Lincoln Center:
http://jalc.org/dccc/details09.asp?EventID=3196

E até jazz!


segunda-feira, setembro 10, 2012

Eu e o Príncipe (do Samba)

Um rápido post para saudar Roberto Silva - o Príncipe do Samba, como ficou conhecido - que recém nos deixou, aos 92 anos. Tive a alegria de trabalhar com ele, nos idos de 1986 num projeto feito para a Funarte, chamado 'Wilson Batista - O Samba Foi Minha Glória". Gravamos um LP (sei que saiu em CD há uns poucos anos atrás, mas nunca vi) com sambas do grande Wilson, e depois saímos em turnê da Funarte por algumas cidades. No grupo, além de nós dois, apenas os violões de Mauricio Carrilho e João de Aquino.

Esta não foi uma turnê muito bem-sucedida, pois os shows eram bem na hora dos jogos da Copa do Mundo, que estava sendo disputada no México. Portanto, tivemos pouquíssimo público. Mas os shows serviram para que eu observasse e apreciasse a classe e elegância de um dos últimos bambas daquela geração de sambistas. Lembro que no meu repertório havia pérolas como 'Acertei No Milhar', 'Louco', 'Mãe Solteira' (aquela que diz: "Maria da Penha, a porta-bandeira/ ateou fogo às vestes por causa do namorado'). E da parte do Roberto, delícias como 'Preconceito' ("eu nasci num clima quente/ você diz a toda gente/ que eu sou moreno demais"), 'Seu Oscar', e tantas outras.

(Lembro também de uma hilária passagem em SP, quando o jornalista da Folha nos entrevistou por telefone, e depois pediu para falar com o Wilson - falecido em 1968. Eram tempos pré-google, sim, mas de qualquer forma... A imprensa 'especializada' em cultura no Brasil - oh, céus!)

Vi Roberto pessoalmente pela última vez quando fui com o Tutty assistir à temporada do maravilhoso show 'O Samba é Minha Nobreza', criação de nosso padrinho Hermínio Bello de Carvalho, onde Roberto interagia com os ultra-jovens sambistas que hoje são os novos bambas, como Pedrinho Miranda, Nilze Carvalho e Pedro Paulo Malta. Na ocasião conversamos, e ele, supercarinhoso como sempre, me contava que sua magnífica forma física e vocal se devia aos exercícios que fazia e ao seu feliz casamento "com uma garota de 50 anos", nas palavras dele. Estava feliz.

Ainda o vi pela TV, bem recentemente, em plena forma aos 90 anos, apresentando-se ao lado do jovem grupo Casuarina. Uma alegria e um exemplo de música e vida.


sábado, setembro 08, 2012

Querido Eduardo...

... meu atendente virtual no provedor da internet:

Tenho falado com você frequentemente nos últimos meses. O serviço que sua empresa me oferece tem falhado com constância impressionante. Por isso ligo, e você me atende - quero dizer, sua voz me atende numa gravação ("aqui é o Eduardo, seu atendente virtual"), tentando ser simpático e me dando até um tempinho para que eu pegue papel e lápis para anotar o número do protocolo. Anotei todos, e já são muitos! Do meu lado da linha, escuto você digitando, com aquele barulhinho característico de um teclado de computador. Tudo para fazer com que eu me sinta confortável quando falo com você.

Em vão. Depois de tantos telefonemas e algumas visitas infrutíferas do pessoal da assistência técnica, a cada vez que preciso ligar e ouvir de novo sua voz, sinto arrepios. Ontem você quase me levou às lágrimas, acredita? Foi quando você me identificou pelo meu número de telefone, e fez: "hmmm..." quando eu teclei o 2 para informar que, sim, já tinha tentado todas as alternativas anteriores e não havia dado em nada. Foi quando percebi que o nosso caso talvez não tivesse mesmo solução.

Uma amiga que mora em Nova York já tinha me avisado: banda larga no Brasil é uma ficção. Acredite, ouvi coisa parecida até mesmo de gente que é do ramo! Vocês nos vendem uma velocidade que não têm como cumprir. Pago 10 e recebo menos de 1 - quando recebo. Agora, por exemplo, o sinal está intermitente. Que fazer?

Querido Eduardo: minha paciência está se esgotando. Nosso relacionamento virtual começa a dar sinais de sério desgaste. Portanto, aproveito este raro momento em que minha rede funciona para lhe dizer adeus. Vou conversar com outro atendente virtual, de outro provedor, para ver se com ele terei mais sorte. Por enquanto é isso, Eduardo: tudo acabado entre nós.


quarta-feira, setembro 05, 2012

Marta quer ser minha amiga

Por essas e outras é que não sou usuária de redes sociais...

Hoje recebi um lembrete de que Marta Strauch quer ser minha amiga no Facebook. Ocorre que ela faleceu em março deste ano - portanto há quase 7 meses atrás. Essa imortalidade virtual da pessoa é uma das surreais consequências de se estar nas redes. As outras são a perda de privacidade, ser encontrado(a) por quem não nos interessa, ter seus dados pessoais ao alcance de qualquer empresa ou entidade, e por aí vai.

Martinha quer ser minha amiga. Fui amiga dela desde que nos conhecemos, nos distantes anos 1970, até o último dia de vida dela na Terra, no hospital. Nestes anos todos conversamos sobre quase tudo - amores, desamores, trabalho, música, política, religião, família, arte conceitual ou figurativa, muitas e muitas abobrinhas - e, finalmente, a grande questão, o enfrentamento da morte, que ela encarou de frente, ainda que diante de sofrimento e dúvidas. Nunca precisamos do Facebook para nada disso, porque todas essas conversas foram por telefone ou olho-no-olho, como se fazia antigamente.

Alguém, por favor, desativa o perfil da minha amiga?

(PS- na foto acima, feita há cerca de um ano atrás, nossa mignon Martinha está na frente do Tutty, da Aninha e de mim - e ao lado da Lizzie.)