sábado, junho 28, 2008

frustrações e outros bichos estranhos

Bicho estranho é esse aí. Chama-se okapi, é originário de uma determinada região da África _ do Congo, para ser mais exata. Embora seja da família das girafas, parece uma cruza de zebra com veado, com corpo de cavalo pequeno. Alguns trabalhos musicais que conheço também soam assim, muitas vezes. Isso não é uma crítica, pois pode ser algo interessante e maravilhosamente único _ ou pavoroso, conforme. A originalidade tem esse problema. Só o tempo é que vai dizer se o bicho estranho será assimilável ou não.

Um bicho estranho, no sentido metafórico, com o qual a gente precisa lidar diariamente é a frustração. Sempre digo aos candidatos e candidatas a uma carreira musical que é preciso ser muito cascudo(a) em relação a isso. Acontece muito, por exemplo, de você ser seduzido(a) em relação a algum projeto que não fazia parte da sua lista de prioridades. A sedução é insidiosa, e quando você vê, já está trabalhando mentalmente naquilo. De repente o projeto cai, e a pessoa fica ali com cara de tacho. Acabou de acontecer comigo. Vivendo e aprendendo, por mais tempo de zona que se tenha.

Outra frustração é quando a gente vê um projeto nosso, sonhado e acalentado durante anos, ser realizado com sucesso e competencia por outra pessoa. Pois estes sonhos nunca vêm para uma pessoa só: as boas idéias, e principalmente as grandes idéias, pairam como nuvens sobre a cabeça dos sonhadores. Quem tiver a sorte de realizar primeiro, leva. E aí é preciso digerir o bicho estranho e procurar internamente uma idéia nova e melhor. Acontece mais do que se imagina, e também me aconteceu no outro dia mesmo.

Para que este post não fique só na estranheza, deixo aqui _ até como lembrete pra mim mesma _ alguns links de realizações recentes, sonhadas e bem-sucedidas. Que são bichos nada estranhos, pelo menos é o que eu espero.

http://www.youtube.com/watch?v=rJbEgTJ5Cpk

(minha abertura do concerto dos 50 anos da bossa nova no Barbican Hall)

http://www.youtube.com/watch?v=fSnvIfIbHwU

(participação da querida Zélia Duncan no show dos meus 40 anos de carreira, final de abril, no Teatro Fecap, em SP, conversando e cantando 'Minha Gata Rita Lee')

http://www.youtube.com/watch?v=rFIrn2kJItQ

(na mesma noite, de novo eu e Zélia, cantando a minha velha música 'Meio a Meio')

(Não sei o que seria da gente sem essas pessoas da platéia que filmam tudo em seus celulares. Seja quem for que botou essas cenas no youtube, em Londres e em SP, agradeço. Foi bom ter um registro de algo que, pelo menos no caso de Londres, passaria em branco.)


quarta-feira, junho 25, 2008

o príncipe

Finalmente aqui vai meu depoimento sobre o encontro com Sua Alteza Imperial, o príncipe herdeiro e futuro imperador do Japão, Naruhito. O concerto comemorativo dos 100 anos da imigração japonesa no Brasil, com a presença dele na platéia, já tinha sido ótimo: eu e banda, com a excelente orquestra Petrobrás Sinfonica e meu bom Wagner Tiso, pudemos até nos divertir um pouquinho no palco do Municipal (como eu sempre digo, nesse tipo de sala, não tem erro...) Foi tudo ótimo, e até o misterioso sumiço da partitura que o Wagner iria usar para nosso duo em 'Carinhoso' acabou sendo um plus, pois de improviso sempre tudo fica melhor.

E no dia seguinte (ontem), lá estávamos nós de novo, dessa vez numa sala reservada do CCBB, para o encontro ao vivo e a cores com Sua Alteza. Que, aliás, de alto não tem nada, deve medir pouco mais de 1,60m, se tanto. Mas, devo dizer, é a simpatia em pessoa.

Fazer parte da realeza, de qualquer país, deve ser uma gig bastante complicada: a pessoa não tem controle sobre a própria vida, na verdade sequer tem uma vida privada. Tudo é acompanhado, esquadrinhado, pesado e medido. Num país como o Japão, onde até antes da 2ª Guerra o imperador tinha status divino, deve ser ainda mais difícil. Por isso valorizei muitíssimo a gentileza e a simpatia de Naruhito, em viagem diplomática ao Brasil, tendo de ser profissionalmente gentil e simpático o tempo todo, quando, quem sabe, sua vontade seria estar em casa lendo um livro. Ouvimos falar de diversas recomendações sobre como deveríamos nos comportar diante dele (não pode tocar, não pode olhar nos olhos diretamente, etc), e nada disso era o caso: ele mesmo apertava longamente a mão de cada um de nós e o contato visual rolava direto. Tudo muito mais simples do que se diz. Talvez esse protocolo esteja desatualizado, ainda bem.

O príncipe foi extremamente caloroso com todos os presentes, e fez questão de se dirigir a mim em português bem ensaiadinho, de pronúncia perfeita: "muito obrigado pelo maravilhoso concerto". Mas _ ah, ele é humano! _ o olhinho brilhou com sinceridade ao me dizer que a esposa dele, princesa Masako, é grande fã de bossa nova, assim como ele também é (talvez até por influencia dela). E que a princesa tem uma grande amiga que é cantora de bossa-nova no Japão (será que é a Lisa Ono? vou escrever pra ela perguntando). Foi a senha para que eu oferecesse ao casal real a edição original japonesa um CD meu, 'Bossa Duets'. Vai ver até que esse a princesa já tem, mas de qualquer forma, foi um presente para uma corajosa mulher que agüenta em sua terra a pior das pressões, com a imprensa toda especulando sobre quando será que eles finalmente produzirão um filho.

Enfim, o príncipe Naruhito foi uma graça para com todos nós que lá estávamos para conhecê-lo. E era verdade, ele realmente queria ouvir 'Garota de Ipanema' _ ainda bem que foi incluída no repertório. Como disse Paulinho Jobim, outro dos convidados, citando o pai Tom: "a bossa-nova é linda e delicada, como o Japão" (Paulinho também é príncipe, honoris causa, da nossa linhagem)

A foto que nosso grupo tirou com Naruhito ainda não chegou `as minhas mãos, espero o consulado me mandar. Mas o que está o Zico fazendo aí em cima nessa foto, então? Bom, se o Pelé é o Rei, o Zico como Príncipe está de bom tamanho. E na verdade verdadeira, a grande estrela do encontro de ontem foi ele. A japonesada toda da comitiva real enlouqueceu!


sexta-feira, junho 20, 2008

eu e o Japão, Japão e eu

Não é de hoje que freqüento o Japão, meu local favorito de trabalho. Embora viaje muitíssimo com minha música, em nenhum outro lugar ela se apresenta com tanta dignidade, fidelidade, respeito e alegria. Fidelidade aqui é fundamental: toquei no Japão pela primeira vez em 1985, portanto há 23 anos atrás, e nunca mais nos deixamos. Todos os meus 26 CDs individuais (eu disse todos!) estão lá nas prateleiras das lojas de discos, em catálogo, pois sempre aparece quem tenha interesse neles. Aliás, loja de discos é uma coisa que nesta década só não sumiu do Japão e da Alemanha, pelo que tenho visto. Mesmo a falida Tower Records continua com seu prédio em Shibuya funcionando a todo o vapor, com todo o quinto andar dedicado ao jazz e `a música brasileira.

Enfim, por conta deste longo e estável relacionamento, chegou a hora de uma apresentação, digamos, oficial, `a família de uma das partes. O príncipe herdeiro Naruhito, futuro imperador do Japão, está no país, por conta das comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil. E eis que recebo um convite do consul-geral do Japão no Rio para participar de um concerto para o príncipe, no Teatro Municipal, nesta segunda-feira.

O concerto em si, ao que tudo indica, vai ser simples e gostoso de fazer. Na primeira parte, um maestro e uma pianista japoneses vão se apresentar com a Orquestra Petrobrás Sinfonica, num programa erudito. Na segunda, música popular, com Wagner Tiso e a orquestra, e logo depois, eu, minha banda, e a orquestra junto com a gente. Repertório e arranjos bacanas, e uma única recomendação do consulado, a de que o príncipe 'talvez' gostaria de ouvir 'Garota de Ipanema'. Até aí, tudo tranqüilo. Piece of cake, como dizem os americanos.

Complicado, imagino eu, vai ser o dia seguinte, quando haverá um encontro de personalidades da cultura, do esporte e outros babados, com Sua Alteza. Fui convidada e não deixaria de ir de jeito nenhum, pois o mais perto que já estive de um imperador foi quando conheci pessoalmente Fidel Castro, naquele mesmo ano de 1985, em Cuba. Mas parece que o protocolo que cerca este encontro é um tanto complicado. Tenho que me preparar bem, pra não produzir nenhuma gafe.

Como será a vida de alguém que não pode ser tocado nem olhado de frente? Conto a vocês na próxima semana.


quarta-feira, junho 18, 2008

toque de recolher

Minha turma de colégio é um barato, todas garotas de Ipanema hoje na faixa dos 60, que não perdem oportunidade de estar juntas e festejar por qualquer motivo. Começou nos 40 anos de formatura e não parou mais. Virou hábito, e agora volta e meia a gente se encontra, fala besteira e ri `a beça. Continuamos divertidas e irreverentes, o que é ótimo.

Na mais recente reunião marcada, que seria para celebrar os aniversários de três de nós, eis que nos chega um email de uma das aniversariantes. Patricia é tradutora e morava em Floripa até outro dia, quando resolveu voltar para o Rio. Está na casa da mãe, em Ipanema. Neste email, nossa aniversariante explicava por que não poderá estar presente em sua própria festa:

(...) à NOITE, o ambiente perto da Comunidade (favela, em bom Português) já não me deixaria muito tranqüila! Peço que comuniquem à tchurma toda, que de agora em diante só poderei ir a encontros DIURNOS (tipo almoço, ou à tarde cedo)
(...)
Mesmo após encontrar meu próprio apê, eu não quero mais sair à noite, pois não me sinto bem com essa insegurança toda na cidade. Não é questão de falta de carona só, é de mal-estar mesmo, de ansiedade por estar na rua no escuro, seja caminhando, de ônibus ou de táxi. Torço pra que tb. marquem alguns encontros de dia pra não perder contato.

Este email me fez pensar. A gente também, por mais cascudo carioca que seja, quando sai escolhe o horário, o lugar onde vai, a melhor rota, evita passar por certas áreas sabidamente de risco _ que no momento, são quase todas. Nosso dia-a-dia é, portanto, puro stress. Para quem viveu o Rio deslumbrante da nossa adolescência e primeira juventude, dói demais saber que sair `a noite passou a ser atividade radical. E o pior é que o dia também não anda muito lá essas coisas. E não é privilégio do Rio não; a violencia se espalha feito metástase pelo país todo, sem que ninguém faça nada a respeito.

Nem nos tenebrosos tempos da ditadura (cruzes!) se passava por isso: parece que vivemos num Brasil paralelo, sob uma ditadura não-oficial, que não ousa dizer o nome. É pau, é pedra, é o fim do caminho.


sexta-feira, junho 13, 2008

Johnny é um gênio

Hoje me bateu uma saudade do querido Johnny Alf. Faz tempo que não nos vemos, e sei que ele não andou muito bem de saúde. Sei também que José Serra, governador de SP, tem, sem fazer alarde, providenciado para que nada lhe falte numa hora dessas, o que depõe muitíssimo a seu favor (do Serra, claro). Políticos geralmente não estão nem aí para a cultura, e é bom encontrar um que se preocupe com o bem-estar desse que é um dos maiores criadores da nossa música.

Cresci ouvindo Johnny, Donato, Tom, João, essa foi a minha música de formação. Tive sorte. Ontem mesmo estive respondendo a uma entrevista para a revista Guitar Player, e o repórter me perguntou o que mudou na minha música a partir do momento em que eu 'entendi' a bossa-nova. Tive de explicar a ele que não houve antes nem depois, não houve um momento em que passei a 'entender' aquilo _ praticamente nasci sabendo, já comecei a fazer música com aqueles acordes que eu ouvia na infancia, desde sempre. Pra quem cresceu ouvindo isso, parece simples, e acaba sendo mesmo. Essa foi a grande sorte da minha geração: não crescemos ouvindo pop-rock e outras bobagens. Já nascemos mamando nas tetas da grande música brasileira.

Aos 14 anos, quando eu estava exatamente começando a tocar violão, acertei o escore do jogo da final da Copa de 62, e ganhei um bolo esportivo (não sei se ainda se chama assim). O que fiz com esse dinheiro foi comprar um LP de Johnny Alf, 'Rapaz de Bem'. Eu não recebia mesada, e só poderia fazer uma extravagancia dessas se ganhasse na loteria. Foi quase isso, e tenho esse LP até hoje na minha coleção de vinis. É uma preciosidade. Naquela época jamais me passaria pela cabeça que eu e Johnny um dia tocaríamos juntos e seríamos até parceiros, o que foi acontecer uns 40 anos depois, para minha grande alegria.

Espero que o Johnny se recupere logo. Tive a sorte de trabalhar com ele, e quero mais!


segunda-feira, junho 09, 2008

um índio

Primeiro brasileiro. Hoje eles são poucos. No meio da polêmica, se são brasileiros, se não são. Se são uma classe de brasileiros diferentes de nós outros, que não podemos entrar no território deles. Reservas indígenas, Amazônia, fronteiras, meu bom Carlos Minc entrando numa fria. Ser ministro no Brasil é um típico programa de índio. Com cotação máxima: 5 ocas, segundo a revista Quatro Rodas. E no entanto, que bom ser índio numa hora dessas _ mas índio mesmo, aculturado não vale _ e não ter o estresse da vida urbana.

Uma amiga minha acaba de se mudar para o mato. Não sei se compensa, mas é uma tentativa. Só que ela não é índia e vai ter de se acostumar com uma vida sem cinema, sem delivery, sem táxi nem metrô. Não sei se vai dar certo. Leio o livro "Nova York, do Oiapoque ao Chuí", com histórias de brasileiros que vivem na selva urbana onde eu também já estive, na condição de moradora, por pouco tempo. Não me dei muito bem em Nova York, ou Nova York não se deu muito bem em mim. Mas adoro aquela cidade, quando estou de passagem. E `as vezes fantasio uma volta com mais experiencia. Como também fantasio Paris, mas acabo sempre com os pés plantados no Rio de sempre, até que me expulsem da minha cidade.

E quem me expulsaria da minha cidade? Boa pergunta. Abram os jornais, por favor.


quinta-feira, junho 05, 2008

quintessencia

Um pequeno post pra falar de J.T. Meirelles, pessoa que conheci muito pouco, quase nada, mas cuja música fez e faz parte de minha formação musical. Ontem ficamos sabendo de sua passagem, já meio prevista, pois ele se achava bastante doente. É mais uma grande perda para a música criativa do Brasil, especialmente na área do samba-jazz, que recentemente já havia perdido Durval Ferreira. Triste coincidencia: o Brasil perde, para a mesma doença e no intervalo exato de um ano, Meirelles e Durval: os dois, compositores de grandes clássicos no gênero, menos reconhecidos do que deveriam ter sido _ principalmente Meirelles, pois sua magnífica obra era composta apenas por temas instrumentais. Como o Brasil não conhece mesmo o Brasil, claro que o pessoal não se dá conta disso. O obituário que li hoje no jornal sobre Meirelles foi pífio, destacava sua carreira como músico acompanhante, e só. Tenho certeza de que a editoria do primeiro caderno desconhece este grande artista e sua real importancia. Não sabem o que perderam.

Se você não está ligando o nome `a pessoa, pode começar lembrando da introdução dos sopros para 'Mais Que Nada', na gravação original de Jorge Ben _ introdução criada pelo arranjador Meirelles, e que acabou praticamente fazendo parte da música. Ouça seus primeiros discos, relançados pela Dubas, com temas clássicos do samba-jazz como 'Quintessencia', 'Nordeste', 'Contemplação', 'Aboio'. Ainda estão em catálogo aqui mesmo, o que é uma maravilha. No Japão e na Europa, jamais deixaram de estar. E ele ainda faria outros mais recentes, igualmente bacanas.

Tutty, que o conheceu bem mais que eu, volta e meia lembra de histórias engraçadas que os dois viveram juntos, como a da gagueira, por exemplo. Meirelles era gago, assim como o Tutty também é, e sempre que o encontrava, perguntava: "vo-vo-você j-j-já re-re-resolveu a sua? E-e-e-eu j-j-já re-re-resolvi a minha!" O encontro dos dois com Milton Banana no antigo Rio Jazz Club também é uma historinha deliciosa, que qualquer hora dessas eu conto aqui.

Por enquanto, fica aqui a lembrança do som deste talentoso flautista e saxofonista, excepcional arranjador, e acima de tudo, compositor brilhante de temas que, fosse ele americano, fariam parte de qualquer 'real book' dos grandes standards do jazz.


domingo, junho 01, 2008

a bossa esteve em Londres

Foi divertido `a beça estar com esse povo todo na cidade onde a música brasileira criativa renasceu de forma espetacular, no início dos anos 90. Na foto acima, no ensaio geral para o show do Barbican Hall, há uma semana atrás, estamos eu, Dori, Donato, Wanda, Menescal e Carlos. Faltaram Marcos Valle, Vinicius Cantuária, Clara Moreno e Celso Fonseca, que ensaiaram em outro horário. O que posso dizer é que todos arrasaram, sem exceção _ todos estiveram no seu melhor momento, e a magia das grandes salas de concerto mais uma vez se confirmou: é quase impossível alguma coisa dar errado numa sala dessas.

Não sei por que isso acontece, mas já tive várias experiencias desse tipo, em salas como essa pelo mundo: o Theâtre de la Ville, em Paris; o Carnegie Hall, em NY; o Maronouchi Hall, em Tokyo; o Philarmonie Hall, em Colônia, e o próprio Barbican Hall de Londres (onde toquei pela primeira vez em 2003), todas salas em torno dos 2.000 lugares (no caso de Tokyo, eram 5.000), lotadas por um público ávido pela música do Brasil. Sem contar com os grandes concertos a céu aberto, como o que fizemos, eu e minha banda, em 2006, no festival Jazz `a Vienne, no sul da França, para 7.500 pessoas, num belíssimo anfiteatro romano. Não sei o que acontece, repito, mas nesses ambientes alguma estranha mágica se estabelece e nada, mas nada mesmo, dá errado.

São locais com tradição de música, o que explica muita coisa. Há uma energia musical no ar, que remonta a todos os espetáculos que já aconteceram ali. O público já chega sabendo o que esperar. Os equipamentos são sempre de primeira, assim como as equipes técnicas, o que nos livra de problemas menores como som e luz. Desta vez, no Barbican, até os corações mais endurecidos tiveram de se render `a evidencia de que tudo estava perfeito. E todos puderam fazer aquilo que sabem fazer melhor.

Fecho este post com uma foto do meu parceiro querido João Donato, que na sua simplicidade genial balançou o Barbican e botou pra quebrar, encerrando a noite com chave de ouro, prata, diamantes e o que mais vocês quiserem. Viva ele! e viva a música criativa do nosso Brasil!