sábado, maio 30, 2009

muitas fotos slow

Acima, o time quase completo. Abaixo, o núcleo central, ou seja, nós, os músicos.

Estas são algumas fotos (feitas no estúdio da Biscoito Fino por nosso engenheiro, Gabriel Pinheiro) da gravação do 'Slow Music'. Tenho estado totalmente envolvida com a preparação para o lançamento em julho, que é logo ali, tudo ao mesmo tempo agora, enquanto também nos preparamos para a tournée do Canadá. Com este mesmo quarteto fantástico.

Olha o Tutty em plena ação... com sua Canopus neo-vintage azul, que soou lindamente na gravação.

Helinho Alves, ouvindo o que fizemos.

Jorge Helder, nosso super-meio de campo. 
E logo a seguir, meu bom e velho Juan Orozco 1977, parceiro de todas as músicas desde então.




quarta-feira, maio 27, 2009

Johnny, 80 anos!

É com imensa alegria que publico aqui no blog algumas das fotos que recebi de Nelsinho Valencia, que tem sido o fiel escudeiro do nosso amado Johnny Alf nestes últimos anos. Johnny está bem, em franca recuperação, apesar de ter passado poucas e boas _ mas a música é remédio mágico, é a verdadeira maravilha curativa. E ele voltou aos palcos em SP, com sua banda e convidados, se não me engano no SESC Pinheiros, celebrando seus 80 anos em grande estilo.

Nossos amigos queridos Emilio Santiago e Alaíde Costa, a querida Lalá, estiveram no SESC participando da merecidíssima homenagem ao nosso Johnny. Deve ter sido um show sensacional!

Mais um pouco de Lalá, para alegrar seus inúmeros fãs, já que não é todo dia que ela aparece. Vejam como continua sempre linda e chiquérrima, cantando belamente (pra conferir essa última parte, vocês terão de comprar os últimos CDs dela. Façam isso)

Parabéns pro Johnny, saúde, paz e música! _ a música que ele nos tem dado com tanta generosidade e talento pelos últimos  60 anos.


sábado, maio 23, 2009

Rodrix

A foto acima é do show de 40 anos de carreira do nosso amigo Ricardo Vilas, ano passado, no teatro Maison de France, do qual foi feito um DVD. Aí estou eu ao lado da lindinha Kay Lyra e de três antigos companheiros do grupo vocal Momento4uatro: Mauricio Maestro, o próprio Ricardo e Zé Rodrix (faltou David Tygel, que estava lá, mas não aparece na foto; ao fundo, o percussionista Beto Cazes). Foi um momento alegre, onde nos revimos, demos muita risada e lembramos nossas aventuras no final dos anos 60, quando paralelamente fazíamos faculdade e iniciávamos carreira na música.

Conheço esses caras desde quase a adolescencia, quando eles terminavam o 2º grau no Colégio de Aplicação e começavam _ começávamos todos _ a tocar em shows amadores, de e para estudantes. Os meninos do Momento4uatro eram meu grandes companheiros, sempre nos apresentávamos juntos em festivais e shows, e eles gravaram participação no meu primeiríssimo disco, numa 'Ave Maria' em latim, de Caetano. Também se tornaram meus parceiros, e algumas composições nossas aparecem no único LP deles. Em 1968 lá fomos nós mais uma vez, com nossos amigos Sidney Miller e Gutemberg Guarabyra, fazer um espetáculo no Café Teatro Casa Grande, direção de Paulo Afonso Grisolli, chamado 'Catiti, Catiti' (não me perguntem a razão deste título). Ali fazíamos nossas primeiras experimentações musicais, desafiávamos ingenuamente os militares e principalmente, nos divertíamos muito. Na última noite do show, Sidney cantou o tempo todo invisível, escondido na cabine de luz, realizando sua enorme timidez. E Gut fez uma performance maluca com sua canção 'Margarida', vencedora do FIC e cujo sucesso ele já detestava, que culminava com a quebra do violão, à la Sérgio Ricardo _ instrumento que lhe fora emprestado, em confiança, por sua namorada da época, Silvia Sangirardi. Tantas lembranças.

O grupo não duraria muito, cada integrante já tinha seus planos, mas o ponto final se deu com a prisão de Ricardo, envolvido na luta armada e posteriormente trocado pelo embaixador americano, numa história que hoje todos conhecem de livro e filme. Foi para o México, depois para Paris, onde faria carreira de músico em dupla com sua então mulher Teca Calazans. Mauricio, que sempre gostara de trabalhar com grupos vocais, iria se especializar brilhantemente nisso _ e dez anos depois fundaria o Boca Livre, que incluía também o velho companheiro David. E o Zé, este era já o Zé _ Rodrigues Trindade, nosso sempre Rodrix, que acaba de ser guindado ao andar de cima, como se diz.

Zé era uma figuraça, inteligente, engraçado e bom de palco. Nos seus tempos de Momento4atro fomos parceiros em algumas canções, que nunca deram certo, nem eram para ter dado. Nossas afinidades eram muitas no quesito amizade, mas poucas no quesito música. O tropicalismo foi libertador para ele, que sempre gostara da idéia de se tornar um artista pop. Por isso o nome Rodrix (como Hendrix). Artista pop ele foi, especialmente com os amigos Guarabyra e Sá (Luiz Carlos), num trio de enorme sucesso nos anos 70, do qual fui testemunha de todas as fases, desde o começo até a transformação do trio em duo.

Minhas duas primeiras filhas, Clara e Ana, e Marya (filha dele) nasceram na mesma época e cresceram juntas, praticamente como primas, a partir de minha longa amizade com Lizzie Bravo, sua primeira ex-mulher. Hoje as meninas se tornaram cantoras (Marya é cantora e atriz de musicais) e estão todas na grande batalha pelos sonhos e pela sobrevivencia na selva. Zé teve outros casamentos e outros filhos, fez carreira na publicidade em São Paulo e poucas vezes nos vimos nos últimos anos. A última vez foi exatamente a noite em que esta foto foi feita (por Fernando Rabelo), quando rimos muito ao lembrar as músicas hilárias que Zé e Mauricio inventavam nos intervalos dos shows. Um último encontro bastante feliz. 

A vida passa muito rápido.




segunda-feira, maio 18, 2009

nem vem que não tem


Assistindo ao excelente documentário sobre Wilson Simonal, duas ou três coisas não me desceram muito bem. A principal delas foi a sensação, que aos poucos vai se confirmando, de que alguém em algum momento iria/irá tentar “reabilitar” a pilantragem, que o próprio Simonal descreveu como “total descompromisso com a inteligencia”, como se fosse um importante movimento musical, caído injustamente no ostracismo. Nem vem que não tem: a pilantragem nunca foi um movimento. Era apenas uma rapaziada esperta, a fim de se dar bem e faturar uma grana e algumas garotas.

De todos os depoimentos do filme, o que me soou musicalmente mais sensato foi o de Sérgio Cabral: "a pilantragem era uma bobagem musical, que não deixou nenhuma marca na música brasileira. Simonal era muito melhor do que aquilo". E era mesmo. Pra quem foi adolescente no Rio de Janeiro dos anos 60 e dançou ao som suingado do sambalanço, é no mínimo frustrante não ver no filme praticamente nada do cantor espetacular que lançou coisas como 'Mestiço', 'Balanço Zona Sul', 'Mais Valia Não Chorar', 'Samba de Negro', 'Mangangá', 'Juca Bobão', “Nanã’ e outras delícias. Tudo isso dá-se por subentendido através da cena dele com Sarah Vaughan _ um belo momento, por certo, mas apresentando nosso anti-herói mais como um possível cantor de jazz do que um artista que teve real importancia na MPB dos anos 60.

Para a maior parte do público atual, que não viveu nada disso, a compreensão que fica é outra. O filme privilegia o Simonal animador de auditório, foca no seu indiscutível carisma, dominando a platéia de 30 mil pessoas do Maracanãzinho _ eu vi, eu estava lá _ "agora cantam só os 15 mil deste lado, agora só os 15 mil do outro, alegria, alegria!" E tome-lhe 'Meu Limão, Meu Limoeiro', 'Mamãe Passou Açúcar ni Mim' e coisas do tipo. Esse não era mais o Simonal que os músicos adoravam. Era um fake de si mesmo, uma caricatura. A curva descendente já começava, por escolha própria, muito antes de tudo o que viria a acontecer mais tarde _ e, repito, estou falando exclusivamente da música.

A pilantragem era de fato uma grande e inofensiva besteira musical, ainda que às vezes viesse embrulhada para presente, pela mão de arranjadores como César Camargo Mariano e Erlon Chaves, e usando como veículo uma voz como a de Simonal. O cantor-músico que ele era começou a se deslumbrar com dinheiro e sucesso fácil, e acabou deixando para trás o próprio dom. Não dá para imaginar um garoto vindo de família pobre, enfrentando preconceitos de raça e origem social, vencer na vida de maneira tão assombrosa e não perder a cabeça com isso. Perfeitamente humano. Para quem o acompanhava e admirava desde o início, parecia um desperdício de talento. Porém previsível, dado o mentor que ele escolhera para chamar de seu, o inenarrável Carlos Imperial.

Nas biografias de Clara Nunes e Roberto Carlos, dois dos maiores ídolos do Brasil de todos os tempos, está lá, com todas as letras: Imperial foi parte do início de carreira dos dois. Para Roberto, ele imaginara uma alternativa a João Gilberto, uma espécie de bossa-nova do B, só que usando suas composições (dele, Imperial) em vez das de Jobim, Menescal e Lyra. Claro que não daria certo. Para Clara, de brasilidade incontestável, ele propunha versões e boleros. Essas tentativas iniciais estão registradas nas primeiríssimas gravações de ambos. E ambos tiveram o bom senso de se desembaraçar do mentor e seguir caminho próprio, no momento certo.

Simonal, não: estranhamente, quando passou a ser aconselhado por Imperial, ele já era um artista querido do público, com todo o prestígio possível. Mas não era ainda o superastro em que se transformaria depois. Imperial, que estivera presente em seu início de carreira, voltava a influenciar o antigo pupilo, quando este, em tese, não precisaria mais da influencia de ninguém. Parecia um retrocesso, e era. Mas Simonal possivelmente queria mais _ mais dinheiro, mais sucesso _ e fez suas escolhas. Talvez tivesse conseguido assim mesmo, sem pilantragem, só com seu extraordinário talento. Quem sabe?

O argumento de que “a esquerda” odiava Simonal por ele ter gravado ‘País Tropical’ também não desce bem. Mesmo os mais empedernidos opositores do regime militar naquela época não tinham a menor dúvida de que "País Tropical' nada tinha a ver com patriotadas do tipo 'Eu te Amo, Meu Brasil'. Jorge Ben e Simonal não eram Dom e Ravel (aliás, Benjor teria sido uma importante adição aos depoimentos. Talvez tenha optado por não participar). Nem o capitão Lamarca, se saísse vivo da clandestinidade, poderia ter qualquer restrição a essa recriação suingada, divertida e tropicalista do poema de Bilac, aprendido na infancia: "Ama com fé e orgulho a terra onde nasceste/Criança, não verás nenhum país como este!" Pois fosse qual fosse o governo da hora, o Brasil, como o Rio de Janeiro, continuaria sendo. Na minha memória, ainda é bem claro: todo o mundo adorava ‘País Tropical’, de A a Z, de um extremo ideológico a outro. Nem vem que não tem, de novo.

O pessoal do Pasquim também leva, a meu ver, culpa exagerada como detrator único de Simonal (inexplicavelmente, faltou o crédito dos desenhos, mas dá para se reconhecer claramente a mão pesada de Henfil nas charges onde Simonal é apontado como dedo-duro). Essa acusação, mesmo que injusta, já tinha saído largamente na imprensa diária, a partir do depoimento de um dos agentes do DOPS envolvidos no sequestro do contador. E das declarações do próprio Simonal.

Por que as conexões mafiosas com o tenebroso DOPS? Por que ele teria se apresentado como “amigo dos hômi”? Para mim, a melhor explicação, no filme, vem de Pelé: se Simonal era capaz de acreditar seriamente que iria ser chamado para ponta-direita da seleção brasileira de 1970, seria capaz de qualquer coisa. Um caso de mitomania, ou como dizem os americanos, self-delusion. A pessoa acredita ser o que não é. Pena que com desfecho tão trágico, destruindo uma carreira que poderia muito bem ter dado todas as reviravoltas possíveis e terminado gloriosamente em palcos do mundo inteiro _ se dependesse só do cantor genial que ele era.

PS- Renato, obrigada pela página enviada sobre o festival de 1969, boa lembrança. O "nós estamos por aí sem medo" do comecinho da letra de 'Copacabana Velha de Guerra' era exatamente o nosso tímido recado de estudantes aos militares. Não derrubamos o governo, mas Elis, que era jurada do festival, sacou a música na hora e gravou em seguida, dando início à minha carreira de compositora gravada por outras intérpretes.


domingo, maio 17, 2009

filmes e música


Essa onda de documentários sobre a música brasileira, para aficionados e público em geral, é sempre fonte de surpresas, lembranças, discussões. Bom que seja assim: nossa música popular conta a história do país como em nenhum outro lugar do planeta, e explica para as gerações mais novas, que não viram nem ouviram nada daquilo, como era grandioso o Brasil sonoro do século XX.

Já para quem é do ramo, com alguma quilometragem rodada, é ao mesmo tempo emocionante e confuso ver revividos acontecimentos a que assistimos tão de perto, documentários onde conhecemos todo o mundo e dos quais às vezes nos pedem para participar. Por conta disso, já pensei seriamente em me candidatar ao Oscar de coadjuvante de documentário. Aqui em casa, volta e meia o Tutty tem a mesma sina. Estivemos lá, fomos testemunhas oculares e auditivas da história, participamos do momento, enfim: meninos, nós vimos. E por isso podemos contar, pelo menos do nosso prisma de visão.

Pois ontem, depois de longa espera, finalmente assistimos ao documentário sobre Wilson Simonal. Tantas coisas a dizer, tantas reflexões a serem feitas que nem sei se cabem todas aqui num post. Vou tentar, pois é assunto que ainda pega fogo, pelo que vimos. Mas quero falar pelo angulo da musica, que é o que fica, depois de passadas a limpo todas as paixões.

Me aguardem.


quinta-feira, maio 07, 2009

slow music


Agora vou falar sobre o projeto dos meus sonhos. Sonhei com ele pela primeira vez há 10 anos atrás, e ainda não tinha conseguido realizá-lo. Agora consegui.

Por onde começo? são tantas coisas a dizer sobre isso. Se eu disser que estou dedicando este album a Shirley Horn, Bill Evans e João Gilberto, isso talvez explique alguma coisa. É um album cheio de silencios e pausas, e sobre o uso delas. A pausa é um momento importante da música. Sem silencio, não existe som. Sem o claro-escuro, não se veem todas as nuances da cor. Sutileza gera sutileza.

Também posso dizer que desde que li o "Slow Food Manifesto", divulgado pelo italiano Carlo Petrini, ainda em 2000, me apaixonei pelo conceito e comecei a refletir sobre a similaridade entre música e comida. O mundo despeja junk music nos nossos ouvidos o tempo todo, há anos. Música é alimento para a alma. O maior condutor de emoções que se conhece. Vejam o que diz, entre outras coisas, o "Slow Food Manifesto":
Somos escravos da velocidade e sucumbimos ao mesmo insidioso virus: a Vida Rápida, que rompe com nossos hábitos, invade a privacidade de nossos lares e nos força a ingerir Fast Food.
(alguma semelhança com a música que somos obrigados a ouvir todos os dias?)

Isso posto, vamos ao próximo item _ as canções e eu. De minha parte, eu queria fazer uma longa reflexão sobre o amor. Não queria simplesmente cantar canções de amor desesperado, daquelas de cortar os pulsos, pelo contrário: queria canções que tivessem o agridoce, o claro-escuro, a dúvida, a ironia, o questionamento. Então a escolha se deu, antes de tudo, pela beleza das músicas, mas também levando em conta o quanto as letras teriam de leveza e reflexão sobre o sentimento mais antigo do mundo. Cantadas com muita calma.

Para isso era preciso deixar passar algum tempo. Não dá para se cantar canções assim quando se é mais jovem. Era preciso ter o distanciamento crítico do sentimento, a possibilidade de olhar para trás com compaixão e alguma sabedoria. A voz também precisava envelhecer um pouquinho, perder o polimento, ficar "crestada pela pátina do tempo", como Vinicius diria. Um pouco de areia na garganta e a compreensão das palavras. Essa era a idéia. Foi bom ter esperado esses 10 anos.

Também era preciso encontrar as parcerias certas. Durante todos os anos em que sonhei com este projeto, ele já teve vários formatos, do mínimo ao máximo. Muitos parceiros chegaram e partiram, grandes músicos que em algum momento quiseram ser parte desta idéia, mas a vida não deixou, por alguma razão. E chegamos ao formato de hoje. Essencial.

Tutty esteve comigo desde o primeiro minuto e acompanhou cada volta que o meu mundo deu, em busca desse sonho. Esse disco é dele também. Ninguém mais teria tocado com tanta precisão, sensibilidade e delicadeza. Com ele, a bateria é um instrumento harmonico. Hélio Alves foi fundamental. Um caso raro de pianista brasileiro e jazzista ao mesmo tempo, conhecedor de ambas as linguagens. Um solista brilhante. Jorge Helder, no baixo, trouxe a segurança e a firmeza necessárias para que juntos pudéssemos voar. É nosso quarteto fantástico.

Vejam o repertório (que ainda não tem uma ordem):

OLHOS NEGROS (Johnny Alf/ Ronaldo Bastos)
NOVA ILUSÃO (Zé Menezes/ Luis Bittencourt)
AMOR, AMOR (Sueli Costa/ Cacaso)
SLOW MUSIC (Joyce Moreno/ Robin Meloy Goldsby)
BUT BEAUTIFUL (J. Burke/ J. Van Heusen)
ESTA TARDE VI LLOVER (Armando Manzanero)
SOBRAS DA PARTILHA (Joyce Moreno/ P C Pinheiro)
SAMBA DO GRANDE AMOR (Chico Buarque)
VALSA DO PEQUENO AMOR (Joyce Moreno)
O AMOR É CHAMA (Marcos Valle/ Paulo Sergio Valle)
CONVINCE ME (Love is Inconvenient) (Joyce Moreno/ Robin Meloy Goldsby)
MEDO DE AMAR (Vinicius de Moraes)

Tudo lindo. Tudo slow.

PS- a melhor notícia: sai logo, logo _ em julho/2009, pela querida Biscoito Fino.


terça-feira, maio 05, 2009

simpatia

Aquele senhor esquisito do Irã não vem mais ao Brasil. Ainda bem.

Quando eu era pequena, minha mãe tinha uma simpatia infalível para espantar as visitas inconvenientes: botava uma vassoura atrás da porta. Era tiro e queda. O Itamarati deve ter feito alguma coisa parecida.


sexta-feira, maio 01, 2009

tudo ao mesmo tempo agora

São quatro _ quatro!!! _ CDs, todos saindo no mesmo ano da graça de 2009... Não sei se agradeço a Deus ou peço socorro. Ou as duas coisas. É maravilhoso que isso aconteça, ainda mais em tempos de crise como estes. Mas tenho de me preparar bem para não haver choque de datas e lançamentos, e também para não ficar `a beira de um ataque de nervos. Por enquanto, até que está dando certo.

Acima está a capa do CD que sai em junho no Japão e em seguida na Europa. Eu na verdade pouco tive a ver com este lançamento, que a WDR decidiu fazer este ano. É uma compilação de concertos feitos entre 2002 e 2007, produzida por eles, com foco no repertório jobiniano, com arranjos de Gilson Peranzzetta, Jaques Morelembaum e Nailor Proveta (o fã dele de 3 anos vai gostar disso...)

Este aqui vocês já viram, e também saiu sem que eu tivesse me esforçado muito pra isso. É uma sessão de gravação feita em Paris, em 1976, que eu divido com Naná Vasconcelos e Mauricio Maestro. Mauricio tinha estas fitas (totalmente analógicas) nos seus arquivos, já que foi uma produção dele, e a gravadora londrina Far Out ouviu, gostou e acaba de lançar _ com sucesso, me dizem eles. A moçoila aí de cima era eu, aos 28 anos. Pois é.

Estes são lançamentos que pipocaram espontaneamente. Não são "novos projetos", na verdade o de '76 é até bem velhinho. De modo que os realmente novos, os que foram criados e pensados para 2009, só irão aparecer no segundo semestre. É meu divertidíssimo CD com Donato, ainda sem nome, que a princípio sai no Japão e depois, veremos; e é o projeto com que sonhei durante 10 anos e só agora consegui realizar, chamado "Slow Music". Este aqui é uma paixão absoluta, e terei de gastar um post inteirinho pra falar sobre ele. Sai primeiro no Brasil (oba!), em agosto, pela querida Biscoito Fino. Aguardem.