sexta-feira, setembro 24, 2010

seguindo adiante

E vamos em frente, mudando de assunto, que muito trabalho se avizinha, com as gravações do 'No Compasso da História' - o novo programa de TV que estarei apresentando e criando com a equipe da Multirio - começando já nos próximos dias. É um projeto complexo, que envolve muita coisa e muitas pessoas, e espero que resulte bem. Serão 13 documentários de uma hora cada, contando a História do Brasil através de seu cancioneiro. É MUITO trabalho!

Também se aproximam as eleições, dia 3 de outubro - e meu voto vai ser um legítimo buquê de legendas, pois não voto em partidos, mas em pessoas físicas. Presidente, senador, deputado federal, estadual, é cada um de uma legenda diferente. Como já disse aqui mesmo, meu critério de escolha também não se prende a gênero. Pensei muito antes de decidir. Vou votar com o coração - em Marina, portanto. Se houver segundo turno (o que esperamos que haja), vamos ver o que acontece.


quinta-feira, setembro 23, 2010

por favor, meu ego...

Assim fica difícil manter a compostura... Na mesma semana, duas meninas espertas do jazz me encheram de agrados. Sei lá se eu mereço, mas é a música quem faz isso, e não a minha pessoa. Portanto, meu querido ego, fique na sua.


As fotos acima foram tiradas logo depois do meu show no projeto Rio InCena, no teatro Clara Nunes aqui do Rio, onde celebramos os 30 anos do 'Feminina' e minha recente indicação ao Latin Grammy com o 'Slow Music'. Diana Krall veio nos assistir, com toda a sua banda (o guitarrista Anthony Wilson à frente de uma nova formação). Foi uma noite especial, onde outros amigos queridos compareceram - Hermínio, Zé Renato, Zé Milton, Mario e todo o clã Adnet, Scott Feiner, Lucina e muitos mais, músicos e não-músicos. Mas foi muito legal ouvir Diana (por quem tenho grande respeito como artista) dizer que as canções de 'Feminina' foram uma de suas bíblias quando começou a se interessar por música brasileira. E que ouvir a plateia cantando 'Clareana' junto comigo lhe trouxe lágrimas nos olhos, com saudades de seus pequenos que ficaram no Canadá. Mãe é mãe em qualquer lugar do mundo. 

(Diga-se de passagem: se todas fossem iguais a Diana, que maravilha viver. Ela, que é uma estrela em nível mundial mesmo, é das pessoas mais simples e despojadas que já vi na vida. Isso aqui no Brasil ainda é bem raro, a pessoa mal chegou a pisar na calçada da fama, e já vai se achando...)

Dias antes eu estivera na varanda do Vivo Rio pra ver o show de Stacey Kent, outra new diva do jazz de quem gosto bastante - vocalmente aparentada com uma de minhas favoritas, Blossom Dearie, e que, como Blossom, gosta de cantar em francês de vez em quando. Stacey me deixou quase encabulada com um longo discurso, ao vivo e a cores, sobre minha música (em português, e no microfone...) e sobre como a minha gravação de 'L'Étang' influenciara a dela (nessa eu quase não acreditei, pois a gravação de Blossom é antológica, a melhor de todas). Acabamos trocando CDs no backstage, como se vê na foto. 

É sempre uma alegria receber o reconhecimento de outros músicos. E essas meninas do jazz (Diana e Stacey bem recentemente, mas também outras, como Karrin Allyson e Roberta Gambarini) têm me deixado um bocado mal-acostumada. A geração pioneira das grandes cantoras de jazz parece que se despediu com a partida de Abbey Lincoln, mas novas vozes vão surgindo, renovando o gênero. E isso é sempre muito bom.


domingo, setembro 19, 2010

Slow Music no Grammy Latino

Não quero aqui ficar fazendo auto-propaganda, mas não posso deixar de registrar a alegria em saber que o nosso 'Slow Music' foi indicado para o Latin Grammy 2010 como melhor álbum brasileiro. Será a minha quarta indicação - e a quinta aqui de casa, já que o Tutty foi indicado, com seus companheiros de "Nonada", como melhor álbum de jazz de 2008. E isso pra nós já é prêmio.

Premiações nem sempre fazem muito sentido - e também muitas vezes refletem mais a política da indústria fonográfica do que o merecimento real dos indicados. Porém o fato de o Grammy ser votado internamente pelos próprios colegas, somado à qualidade dos outros indicados nesta categoria MPB, faz com que isso ganhe um sentido maior para mim. Afinal foi um disco muito sonhado e feito com um amor especial.

Junte-se a isso o fato de que há toda uma tchurma de músicos criativos e amigos concorrendo este ano, que daria para lotar uma kombi e programar uma excursão conjunta a Las Vegas. Dori, Paulinho Pinheiro, Sérgio Santos, Toninho, Edu, Donato, e até o querido e recém-falecido Paulo Moura - estamos todos lá. Vamos torcer uns pelos outros, valorizando a música que é o ar que respiramos.

PS- enquanto isso, iniciamos nesta semana, aqui no Rio, a temporada de shows que celebram o relançamento do 'Feminina'. A essa altura da vida, o que der pra comemorar, a gente comemora!

PS II- para ficar no espírito de 'premiações em família': Clara Moreno acaba de receber do Festival Curta Santos o prêmio por melhor performance em videoclipe por "Brincando de Samba/Miss Balanço". Segue o link: http://vimeo.com/13830137


quinta-feira, setembro 16, 2010

com atraso...

Um post com algumas fotos da nossa estada em Barranquilla, Colombia. O show foi ótimo e a platéia, idem, animadíssima e caliente. Barranquilla é cidade pequena _ nos dizem que Bogotá é uma capital grande e moderna, mas aqui era o quase-Caribe, lembrando muito algumas cidades do Norte brasileiro, inclusive no clima de calorão úmido.

Uma das coisas mais simpáticas da viagem foi conhecer o sistema de transporte local, que consiste principalmente em microônibus coloridíssimos, parecidos com as guaguas cubanas, que aqui recebem o gracioso nome de busetas.

Uma foto do mercado municipal. Parece muito com o Brasil!

O casal Moreno tentando aproveitar aquela meia horinha de folga no hotel. 

E o hotel propriamente dito.

A estada foi (em quase tudo) agradável. A nota dissonante foi a saída do país: passamos no total por sete - sete! - revistas e entrevistas, com nossa bagagem sendo aberta e manuseada de maneira nem sempre respeitosa, culminando com nossa produtora Guete (talvez por ser mais nova, ou mais gordinha) sendo levada para uma salinha reservada, onde teve seu estômago escaneado (!!!) pelas autoridades, à procura de substâncias ilícitas que ela pudesse ter ingerido. Evidentemente não havia nada, mas a demora em devolvê-la ao grupo foi fonte de preocupação, que só passou quando nos achamos todos au complet dentro do avião. Uma experiência desagradável, que serviu para nos lembrar de um tempo, nem tão distante, em que  Brasil também era um Estado policial.

O velho garçom do hotel tinha nos dito, ao saber que éramos brasileiros: "O Brasil é um exemplo para a América Latina. Vocês nos representam no mundo". É uma responsabilidade para nós, sermos vistos dessa forma. Uma responsabilidade que precisamos honrar.

No aeroporto do Rio há muitos cartazes alertando para o tráfico de pessoas para prostituição. Na Colômbia é tudo sobre o tráfico de drogas, avisando do risco que corre quem se dispõe a servir de 'mula' para o transporte de cocaína e similares. No Panamá, onde fizemos escala, os avisos diziam simplesmente: "o Panamá castiga o contrabando". Nos Estados Unidos e na Europa, os cartazes seriam sobre terrorismo.

É como diz o título daquela peça: "cada um com seus pobrema".


domingo, setembro 05, 2010

Jazz na Colômbia


Eu tinha dito (na verdade, tinha certeza) que não sairia mais do Brasil este ano. Mas os inesperados vivem fazendo surpresas, e lá vamos nós de novo, num chamado de última hora. Na verdade, uma substituição - essas coisas acontecem, e eu não me incomodo nem um pouco de dizer que não fui a primeira escolha dos organizadores do Barranquijazz Festival (www.barranquijazz.com), edição 2010, que acontece em Barranquilla, Colômbia, na semana que vem. 

A noite seria de Cassandra Wilson e depois Chucho Valdez com sua orquestra afro-cubana. Cassandra, por alguma razão que desconheço, cancelou sua ida - e assim fui convidada para cobrir esse buraco na programação. Beleza: conseguimos reunir o trio, com Hélio saindo de NY e Rodolfo de SP, eu e Tutty do Rio, além de nossa produtora paulista Guete. 

Até o momento, minha única experiência com a Colômbia foi ter uma música minha (em parceria com Donato), 'E Vamos Lá', gravada pelo superstar pop colombiano Juanes, num projeto recente de Sérgio Mendes (com versão em espanhol e o título de 'Y Vamos Ya'). Pra nós tudo será novidade, pois a LatinoAmérica tem poucas relações musicais com o Brasil e vice-versa. Vamos ver se a gente ajuda um pouquinho a furar essa barreira.